Dois dos principais produtos da floresta com araucárias, que pode ser extinta em curto espaço de tempo, têm grande relevância econômica para a Região Sul: o pinhão, que é a semente da araucária, e a erva-mate, que é a base para o chimarrão e o tererê.

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Pinhas e Pinhões da floresta de araucária
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2012, a extração de pinhão gerou quase R$ 14,5 milhões nos três estados do sul, um aumento de quase 32% em relação ao ano anterior. Já a produção da erva-mate representou mais de R$ 155 milhões. Esse valor representa um crescimento de 31,5% em relação a 2011. Apesar disso, para garantir a qualidade e a perpetuidade da produção, é preciso agir na cadeia produtiva desses produtos para que sejam mais responsáveis, com menos impacto para a floresta com araucárias.

Esse é um dos objetivos do Araucária+, iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e da CERTI – Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras, de Santa Catarina. O Araucária+ foi concebido para reduzir o impacto da produção de erva-mate e do extrativismo de pinhão na floresta com araucárias. Para atingir esses objetivos, a iniciativa busca conscientizar produtores sobre a importância da conservação do ecossistema. Além disso, também atua em conjunto com empresas do setor para agregar valor a esses produtos, investir em novos usos para a erva-mate e o pinhão, bem como identificar possíveis certificações e melhores métodos de coleta e produção, aliados à conservação.

A conservação de remanescentes de floresta com araucárias pode representar uma alternativa viável para a produção sombreada da erva-mate. Especialistas do setor ervateiro consultados pelo Araucária+ indicaram que a qualidade da erva produzida em ervais sombreados é maior, com folhas maiores que implicam em melhor aproveitamento e gosto mais suave do chá extraído. A floresta também oferece condições ideais para a manutenção da qualidade da planta, como menor suscetibilidade a doenças e pragas.  Essa alternativa, porém, deve ser realizada com o manejo adequado, evitando colheitas muito intensas ou frequentes e garantindo o menor impacto para outras espécies.

Da mesma forma, a extração do pinhão precisa ser feita respeitando o tempo de maturação da semente, pois se retirada muito cedo, impede-se que as espécies de fauna que dela necessitam se alimentem e a espalhem pela floresta, possibilitando a renovação da floresta. De acordo com Emerson Oliveira, esse é um ponto bastante relevante para a conservação do ecossistema. “Se a floresta não possui indivíduos jovens, ela está fadada a desaparecer, por isso aguardar o tempo correto para colher o pinhão é fundamental”, explica.

Fonte do texto: Fundação Grupo Boticário de Proteção a Natureza.