Este ano a seca tem castigado severamente o Tocantins. Em muitas regiões já não há mais água escoando pelos leitos dos cursos d’água, provocando inúmeros transtornos para as comunidades locais. Entretanto, a fauna tocantinense também vem sofrendo com a falta de água e estes animais não estão morrendo de sede, mas vítimas da caça predatória oportunista neste período de escassez de água.

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"Nos tempos de seca, há muitos animais que se tornam presas fáceis em regiões ocupadas por fazendeiros. Como? Bem, eles precisam de água para sobreviver e algumas vezes a sede é tão grande que esses animais acabam se aproximando demais das casas para conseguir água. Situação que é aproveitada pelos fazendeiros da região e visitantes das fazendas próximas”, explica Izalete. Segundo a fotógrafa, a fiscalização nas estradas da região está muito abaixo do que é realmente necessário para evitar esses crimes ambientais.

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Segundo Izalete, o encontro na natureza com esses animais nesta situação é constante. “Sempre vejo esses animais com muita facilidade e tiro fotos de todos eles, apreciando a verdadeira beleza da natureza e tornando-os eternos, através da arte de fotografar. O que me entristece o coração, é que não é sempre um "tiro" de foto que eles recebem”, lamenta Izalete.

De acordo com Izalete, este estilo de caça predatória é bem comum na região de Formoso do Araguaia. “Sentando um pouco com os moradores locais, logo começam as histórias de como a matança dos seres vivos é cruel e sem misericórdia. Matam até mesmo quando o tiro não é certeiro, deixando o animal morrer aos poucos e se tornar comida de urubus”.

A fotógrafa de natureza ainda alerta pela necessidade de conservação da fauna local por parte da comunidade e órgão ambiental. “O local é lindo, com uma fauna e flora de encher os olhos. Esses animais precisam da nossa ajuda para ficarem seguros. A população tem que saber mais sobre a caça predatória no local, se preocupar e chamar a atenção dos órgãos ambientais ou logo não terá mais nada”.

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