Um estudo
publicado em 28 de junho deste ano, realizado no município de Belterra/PA com pessoas que caçam ou comem tatus, demonstra que quem realiza estas atividades
corre maior risco de contrair lepra
(hanseníase). A pesquisa envolveu diversos pesquisadores de instituições de
pesquisa do Brasil e do exterior e foi publicado na revista científica PLOS
Neglected Tropical Diseases.
De acordo
com os autores, mais de 60% dos tatus
testado no Pará apresentaram a bactéria da lepra – Mycobacterium leprae. O mais alarmante é que 63% das pessoas
analisadas apresentaram anticorpos
contra a bactéria, sugerindo que estas pessoas foram infectadas. As pessoas
que comiam a carne de tatu apresentaram uma maior quantidade de anticorpos no
sangue.
Mesmo com evidencias
de risco iminente de contraírem lepra de
tatus, os moradores das comunidades analisadas se mostraram indiferentes ao
risco. Ao serem alertados pela equipe de
pesquisadores eles disseram que não se importavam, pois amavam comer a carne de tatus, diz John
Spencer, co-autor e imunologista da Universidade
do Estado de Colorado/EUA.
Além da Amazônia, o risco de contrair lepra de
tatus também se estende para outras regiões do Brasil onde há a caça desses animais é bastante comum. De
acordo com a Organização Mundial da
Saúde, o Brasil é o segundo no ranking
mundial de casos de hanseníase. Em 2016, em nosso país foram diagnosticados
25.218 novos casos da doença, ficando apenas atrás da Índia, com 135.485 novos
casos confirmados.
Sobre o autor
Dianes
G. Marcelino é consultor, engenheiro ambiental e mestre em ecologia de ecótonos
pela Universidade Federal do Tocantins. Tem experiência em licenciamento
ambiental, geoprocessamento, ecologia, recuperação de áreas degradadas e gestão
de resíduos sólidos.
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