Um estudo publicado em 28 de junho deste ano, realizado no município de Belterra/PA com pessoas que caçam ou comem tatus, demonstra que quem realiza estas atividades corre maior risco de contrair lepra (hanseníase). A pesquisa envolveu diversos pesquisadores de instituições de pesquisa do Brasil e do exterior e foi publicado na revista científica PLOS Neglected Tropical Diseases.

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Mesmo com evidencias de risco iminente de contraírem lepra de tatus, os moradores das comunidades analisadas se mostraram indiferentes ao risco. Ao serem alertados pela equipe de pesquisadores eles disseram que não se importavam, pois amavam comer a carne de tatus, diz John Spencer, co-autor e imunologista da Universidade do Estado de Colorado/EUA.

Além da Amazônia, o risco de contrair lepra de tatus também se estende para outras regiões do Brasil onde há a caça desses animais é bastante comum. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o Brasil é o segundo no ranking mundial de casos de hanseníase. Em 2016, em nosso país foram diagnosticados 25.218 novos casos da doença, ficando apenas atrás da Índia, com 135.485 novos casos confirmados.

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Sobre o autor

Dianes G. Marcelino é consultor, engenheiro ambiental e mestre em ecologia de ecótonos pela Universidade Federal do Tocantins. Tem experiência em licenciamento ambiental, geoprocessamento, ecologia, recuperação de áreas degradadas e gestão de resíduos sólidos.