O chorozinho-da-caatinga Herpsilochmus sellowi é uma pequena espécie de ave endêmica do Brasil da família Thamnophilidae, que engloba aves de hábitos alimentares insetívoros. Sua ocorrência é conhecida para todos os estados do nordeste brasileiro, leste de Maranhão, norte de Minas e também no Estado do Pará, onde foi encontrada uma população isolada.
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Chorozinho da caatinga. Foto: André G. Corrêa.
Em 2012, uma nova área de ocorrência da espécie foi descoberta por pesquisadores ornitólogos, no município de Porto Nacional, a cerca de 4 km da margem do lago da Usina Hidrelétrica de Lajeado, margem oposta à cidade de Palmas – TO. Estima-se que sua área de ocorrência seja menor que 4 mil hectares. O achado está documentado na revista científica Atualidades Ornitológicas, especializada nesse tipo de publicação.

Adaptado a uma vegetação densa e de pequeno porte, característica da caatinga e também das campinaranas amazônicas, o chorozinho-da-caatinga, no Tocantins, foi encontrado em habitat semelhante a uma floresta seca densa de baixo porte, que cresce sobre solos de areia branca e pobre em nutrientes, conhecido localmente como “carrasco” ou “campinarana”. Entretanto, a provável única área de ocorrência desta espécie no Tocantins apresenta grande especulação imobiliária, fator este que ameaça sua conservação no Tocantins.
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Remanescente de vegetação semelhante ao
encontrado local de ocorrência do chorozinho
da caatinga. 
Novas buscas em áreas próximas ao local do atual registro têm falhado na detecção de novos indivíduos da espécie. O desmatamento e a supressão da vegetação já destruíram extensas áreas que poderiam apresentar características potenciais para a ocorrência da ave e os únicos remanescentes de vegetação ainda existentes aos poucos vão dando lugar a chácaras e lotes urbanos.

Assim, não é difícil prever que em um curto espaço de tempo o chorozinho-da-caatinga poderá ser extinto no Tocantins se medidas de conservação não forem adotadas urgentemente. 

O grande desafio para conservação dessa ave será no âmbito político, uma vez que, em todo o estado, pouco se tem feito para preservar inúmeras outras espécies que se encontram em situação semelhante.

Texto: Dianes Marcelino, Tulio Dornas e Marcelo Barbosa