No início
dos anos 1980, o governo federal criou o Projeto Peixe-boi marinho para
recuperar a espécie, que havia praticamente desaparecido das águas do Brasil.
Na época não havia dados sobre a ocorrência da espécie e pouco se sabia sobre
sua biologia e ecologia.
O peixe-boi-marinho já foi o mamífero aquático mais ameaçado de extinção no Brasil, e
estava classificado como Criticamente em Perigo (CR). Estima-se que na época
havia apenas 500 animais em todo o País. Na década seguinte, o Projeto passou a
contar com o apoio de algumas ONGs no trabalho pela conservação da espécie.
Os
peixes-bois pertencem a Ordem Sirênia. Na fase adulta, eles podem atingir 4
metros de comprimento e pesar mais de meia tonelada. Eles são herbívoros que
atuam na base da cadeia alimentar. Se extintos, pode desestruturar o ciclo e
levar outros animais à morte.
Aos 35 anos
de existência, o Projeto Peixe-boi marinho colhe o sucesso das pesquisas e das
ações realizadas para conservação da espécie. Atualmente, os animais
brasileiros estão geneticamente mapeados e vários foram soltos em áreas onde a
espécie já havia sido extinta.
O
repovoamento tem promovido uma ligação de grupos isolados, aumentando a
variabilidade genética dos animais.
Esforço internacional para conservação do peixe-boi marinho
Além do
Brasil, o peixe-boi marinho é encontrado nos Estados Unidos (Flórida), México,
América Central e na região Caribenha. A espécie era comum na região de
Guadalupe, a maior ilha das Antilhas francesas, no Caribe.
No entanto,
há mais de cem anos a espécie está extinta no arquipélago que abriga o Parque
Nacional de Guadalupe, local escolhido pelo governo da França para iniciar um
Programa de Repovoamento da espécie.

O projeto da
França foi validado por um Grupo de mais de 20 países da região caribenha,
signatários do Protocolo SPAW.
O Brasil vai
emprestar cinco animais para a ilha caribenha. "Os animais que serão
cedidos não podem ser soltos no Brasil por terem permanecido muitos anos em
cativeiro e por causa do alto grau de parentesco e de relação genética com os
outros peixes-bois já reintroduzidos", explica a coordenadora do CMA,
Fabia Luna.
Os animais
selecionados para o repovoamento em Guadalupe, estão em fase final de avaliação
clínica e laboratorial para a emissão do laudo de sanidade dos animais.
"Se houver qualquer impedimento clínico, os animais não serão enviados,
preservando a integridade física e a saúde deles", ressalva Attademo.
A
transferência vai contribuir para a conservação dos sirênios, a nível mundial,
reduzindo os riscos de extinção, sem prejudicar a sobrevivência da espécie no
Brasil.
Os animais e
seus descendentes continuarão sob a tutela do governo brasileiro e, se
necessário, poderão retornar ao país. "Espero que todos contribuam, com a
campanha de reintrodução do Peixe boi marinho em águas internacionais em
Guadalupe", declarou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
Fonte: Portal Brasil.
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