O turismo
tem crescido anualmente no Brasil e, em tempos de dólar alto inibindo viagens
internacionais, deve crescer ainda mais. Segundo o Anuário Estatístico do
Ministério do Turismo, em 2014 o país recebeu mais de 6,4 milhões de turistas,
600 mil a mais que no ano anterior.

Com roteiros
de turismo ecológico bem estabelecidos, nessas cidades são desenvolvidas ações
de conservação de espécies características das regiões, aproximando-as da
comunidade e dos visitantes por meio do turismo. Em Bonito, o trabalho com a
arara-vermelha-grande (Ara chloropterus) chega a receber cerca de seis mil
visitantes por ano.
As ações do projeto Tamar com várias espécies de tartarugas
na Praia do Forte, em Salvador, são nacionalmente conhecidas e procuradas pelos
turistas. Da mesma forma, cerca de 60 mil viajantes do mundo todo vão a
Fernando de Noronha anualmente e conhecem o trabalho com o golfinho-rotador
(Stenella longirostris).
Turismo de observação no Sul do Brasil
Ainda pouco
aproveitado, mas com grande potencial, está o ‘balé’ das
baleias-franca(Eubalaena australis) em Imbituba (SC) e municípios vizinhos, a
poucos km ao sul da capital Florianópolis. Na Área de Proteção Ambiental da
Baleia Franca é possível avistar mães com seus filhotes nadando próximos à
costa, interagindo entre si e até mesmo dando saltos fora d’água. Não há
nenhuma interferência do homem e os indivíduos brincam livremente perto da
praia.
As baleias
podem ser visualizadas no período reprodutivo da espécie no Brasil, que
acontece entre julho e novembro, porém a melhor época para encontrá-las é entre
a segunda quinzena de agosto até a primeira quinzena de outubro, quando um
número maior de indivíduos se concentra na região. Após esse período, elas
retornam para as Ilhas Geórgias do Sul (Inglaterra) onde ficam de dezembro a
junho.
“Valorizar
as características próprias de cada região incentivando o turismo ecológico é
uma excelente estratégia para gerar conhecimento sobre espécies da
biodiversidade brasileira, aproximando-as da sociedade e contribuindo para sua
conservação”, explica Malu Nunes, diretora executiva da Fundação Grupo
Boticário de Proteção à Natureza. Ela destaca que, quando as pessoas passam a
conhecer a biodiversidade e a entender a sua importância, podem ser estimuladas
a vir a trabalhar em prol da conservação no futuro ou mesmo acompanhar de modo
mais próximo as políticas públicas relacionadas ao meio ambiente.
A
instituição já apoiou sete projetos de conservação da espécie nas regiões Sul
(PR, SC e RS) e Sudeste (RJ). Dentre eles, destaca-se um que monitorou o comportamento
das baleias-franca durante as atividades de observação turística da espécie. O
estudo concluiu que não há mudança significativa nas atividades das baleias, o
que comprova que o turismo de observação não prejudica a espécie.
Características da espécie
A
baleia-franca mede entre 15 e 18 metros e pode chegar a pesar cerca de 60
toneladas. Seu corpo é negro e arredondado, sendo que a cabeça ocupa quase um
quarto do seu comprimento total. Na barriga, ela possui manchas brancas
irregulares, além de uma camada de gordura que reveste todo o corpo e que pode
chegar a 40 cm de largura em alguns pontos.
O formato do ‘esguicho’ dessa espécie é bem característico, lembrando a
letra ‘V’ e podendo atingir oito metros de altura. A particularidade mais marcante
são as calosidades (endurecimento natural da pele) que as baleias-franca
possuem no alto e nas laterais da cabeça.
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