Hoje, 26 de maio, completa-se 6 dias em que a greve dos caminhoneiros bloqueiam as rodovias em várias regiões do Brasil. Relacionando este evento com questões ambientais fica evidente a fragilidade dos sistemas urbanos frente a um evento de crise como este. O processo de urbanização tem cada vez mais confinado pessoas em pequenos espaços de concreto, reduzindo ou limitando que estas possam produzir uma alimentação complementar em sua própria residência.

greve dos caminhoneiros, paralização dos caminhoneiros, interdição, caminhoneiros, paralização, desabastecimento, cidades, caos urbano, meio ambiente, natureza, sistemas urbanos, sistemas naturais, recursos naturaisSão inegáveis os benefícios e comodidades encontradas nos centros urbanos, entretanto, cada vez mais temos ficado dependentes de recursos provenientes de outros sistemas, que não maioria das vezes sequer recebe o devido valor ou cuidados: os sistemas naturais, de onde provêm todos os recursos (alimentos, água, energia, etc.) que abastecem e mantem as cidades.

Construímos selvas de concretos e esquecemos que estas não produzem nada, e sim apenas beneficiam matérias primas advindas dos sistemas naturais. Utilizamos as matérias primas beneficiadas nos centros urbanos e devolvemos para os sistemas naturais rejeitos, em sua maioria constituídos por uma alta carga de poluentes, alterando a qualidade e a quantidade de recursos essenciais à vida, como a água e o ar que respiramos.

É preciso repensar os ambientes urbanos. Na medida em que nos confinamos em pequenos espaços, deixamos de utilizar o meio ambiente natural para produzir parte dos recursos essenciais à vida, deixando nas mãos de uma pequena parcela da população a responsabilidade de manter, em sua totalidade, o fornecimento de recursos para suprir as necessidades básicas da sociedade nos centros urbanos. Um modelo de sistema frágil e perigoso ao longo do tempo.

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Sobre o autor

Dianes G. Marcelino é consultor, engenheiro ambiental e mestre em ecologia de ecótonos pela Universidade Federal do Tocantins. Tem experiência em licenciamento ambiental, geoprocessamento, ecologia, recuperação de áreas degradadas e gestão de resíduos sólidos.