Segundo o
livro "Insetos do Brasil:
Diversidade e Taxonomia", existem 737 famílias de insetos conhecidas
no Brasil. Mais de 200 delas podem ser encontradas na Reserva Natural Guaricica, no município de Antonina, litoral do Paraná. A constatação foi feita por
professores e alunos do programa de pós-graduação
em Entomologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Os animais foram
capturados durante uma aula da disciplina de Entomologia de Campo e
identificados posteriormente pelos pesquisadores.

A Reserva
Natural Guaricica protege 8,7 mil hectares de vegetação nativa do bioma Mata Atlântica. Segundo o entomologista,
essa extensão de área protegida é importante para a realização das pesquisas, devido à diversidade de
ambientes dentro dessa unidade de
conservação. Os pesquisadores encontraram também espécies que atestam a
conservação dos ecossistemas dentro da reserva: “Entre os exemplares
capturados, há, por exemplo, algumas espécies
de libélula que são indicadores importantes para a qualidade da água”, diz
Lattke.
A reserva,
administrada pela Sociedade de Pesquisa
em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), está localizada no maior
remanescente contínuo do bioma Mata
Atlântica. “O grau de conservação da área nos dá chances de encontrar e
estudar espécies raras, que não são vistas na maioria dos outros locais”,
comenta Gabriel Melo, também entomologista da UFPR.
Os
exemplares recolhidos pelos alunos foram preparados para armazenagem na universidade e vão ficar à disposição
de professores e alunos para serem estudados em suas pesquisas futuras.
Descobertas na reserva
No ano
passado, também durante uma aula de campo com alunos da UFPR, o professor Rodney Ramiro Cavichioli descobriu duas espécies até então desconhecidas
de cigarrinha, batizadas por ele com
os nomes científicos Nullana albinoi e Nullana
sakakibarai.
Para Reginaldo Ferreira, essas descobertas destacam a importância da proteção de remanescentes da Mata Atlântica
para a ciência, que acredita ser uma das várias funções das unidades de
conservação. “As reservas mantidas pela SPVS trazem benefícios sociais com a geração de empregos nas comunidades
locais”, lembra Ferreira. “Elas geram ainda serviços ambientais importantes,
como a proteção da região contra as mudanças
climáticas e a capturara de um volume aproximado de dois milhões de
toneladas de carbono em seus 20 anos de existência”, exemplifica.
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