Pressionado
a dar respostas a investidores estrangeiros pelo aumento no desmatamento, o
governo Jair Bolsonaro prepara um decreto para proibir por quatro meses as
queimadas legais na região da Amazônia e do Pantanal. A informação foi
confirmada ao Estadão/Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do
Grupo Estado, pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, responsável pela
elaboração do documento. Segundo o ministro, não há previsão de quando o texto
será finalizado.

Em agosto do
ano passado, o presidente Jair Bolsonaro tomou decisão semelhante após aumento
recorde nas queimadas da região amazônica provocar boicote a produtos
brasileiros no exterior. Na época, a proibição durava inicialmente 60 dias e
não se aplicava em casos de controle fitossanitário, de prevenção e combate a
incêndios e de agricultura de subsistência das populações tradicionais e
indígenas.
Em 2019, o
governo também abria exceção para o emprego de fogo para práticas agrícolas
fora da Amazônia Legal — presente nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará,
Rondônia, Roraima, Tocantins, Maranhão e Mato Grosso — desde que previamente
autorizadas pelo órgão ambiental estadual competente.
Na semana
passada, em encontro com a cúpula do Mercosul, o presidente Jair Bolsonaro
afirmou que buscará um esforço para “desfazer opiniões distorcidas” sobre o
Brasil no exterior. “Nosso governo dará prosseguimento ao diálogo com
diferentes interlocutores para desfazer opiniões distorcidas sobre o Brasil e
expor as ações que temos tomado em favor da proteção da Floresta Amazônica e do
bem-estar das populações indígenas”, disse Bolsonaro no encontro, por
videoconferência.
Na
quinta-feira, 9, o governo teve um encontro com investidores para tentar
aplacar críticas ao desmatamento. A reunião foi liderada pelo vice-presidente
da República, Hamilton Mourão, que comanda o Conselho da Amazônia. Como mostrou
o Estadão, os ministérios do Meio Ambiente, Agricultura, Defesa, Justiça e
Itamaraty já se reuniram para levantar dados de cada pasta e, a partir dessas
informações, consolidar uma carta de resposta aos investidores.
Fonte: Exame
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