Um ecossistema
florístico bem característico da Serra dos Carajás, no Sudeste do Pará, são as
áreas de cangas, caracterizadas por afloramentos de rochas ferruginosas em meio à vegetação. Pesquisa indica que neste tipo de ecossistema um grupo florístico
tem se destacado: as orquídeas. O levantamento das espécies de orquídeas das cangas
da Serra dos Carajás foi publicado na Revista Rodriguésia pelos pesquisadores
Ana Kelly Koch, Jesiane Cardoso Miranda e Climbê Ferreira Hall.
De acordo
com os autores, a flora de orquídeas das áreas de canga da Serra dos Carajás é
representada por 22 gêneros e 26 espécies, o que representa cerca de 22% de um
total 118 de espécies de orquídeas catalogadas para Carajás quando se considera
todas as fitofisionomias da região.
Algumas
espécies de orquídeas das áreas de cangas da Serra dos Carajás podem ser encontradas em outras localidades no Brasil e também em outros países.
Entretanto, espécies como Epidendrum
amblostomoides, Habenaria nuda, Mormodes paraensis são endêmicas do
Brasil, não tendo registros de ocorrências em outros países e Uleiochis longipedicellata, descrita em 2015, é endêmica da
Serra dos Carajás, ou seja, só pode ser encontrada nas áreas de cangas de
Carajás.
Preservar
toda essa biodiversidade não é uma tarefa nada fácil. As áreas de cangas
geralmente estão associadas às principais jazidas de extração de minério ferro
do país, caso da Mina da Vale, localizada na Serra dos Carajás, uma das maiores
do mundo. Desta forma, dada à singularidade do ecossistema de cangas, fica
evidente a necessidade de um planejamento para conservação das espécies da
flora orquídeas e demais espécies das áreas de cangas de Carajás.
Sobre o autor
Dianes
G. Marcelino é consultor, engenheiro ambiental e mestre em ecologia de ecótonos
pela Universidade Federal do Tocantins. Tem experiência em licenciamento
ambiental, geoprocessamento, ecologia, recuperação de áreas degradadas e gestão
de resíduos sólidos.
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