Localizado na Ásia central, entre os países Cazaquistão e Uzbequistão, o Mar de Aral já foi considerado o 4° maior lago do mundo. Este ecossistema apresentava uma rica biodiversidade e era responsável pela manutenção das populações humanas locais, gerando alimento, emprego e renda através da pesca. Pelo menos 60 mil pessoas sobreviviam do mar de Aral nos início dos anos de 1960.
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Mar de Aral - 1964. Fonte: Nasa.
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Porém, nos últimos 40 anos, o lago passou por transformações profundas, resultado de diversos desvios que ocorrem nos cursos d’agua a montante do lago para a captação de milhões de litros de água para serem utilizados na irrigação de grandes plantações de arroz e algodão. Como consequência, o lago deixou de ser abastecido por água doce e ano após ano, sua lâmina d’água tem se retraído, dando lugar ao um imenso deserto. Com a redução da vazão montante, o lago sofreu grandes transformações químicas em sua estrutura (aumento da salinidade, agrotóxicos, etc.), alterando sua ecologia e diminuindo significativamente suas comunidades de peixes.
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Mar de Aral - 2000. Fonte: Nasa.
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Mar de Aral - 2006. Fonte: Nasa.
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Mar de Aral - 2009. Fonte: Nasa.
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Mar de Aral - 2014. Fonte: Nasa.
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Fica evidente que o uso intensivo dos afluentes do lago, aliado a fatores climáticos, podem fazer com que o lago desapareça completamente em um curto espaço de tempo. Observando esse exemplo, apesar de não ser um lago, fico imaginando o que irá acontecer com o nosso Rio São Francisco após sua “grandiosa transposição”. Não se interfere em um grande ecossistema sem pagar o devido preço por tais intervenções.