A saída do
papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis) da lista de espécies ameaçadas de extinção demonstra que o trabalho de conservação vem dando resultando. Agora a
espécie está inserida na categoria de “quase ameaçada”
A espécie é endêmica da
Floresta Atlântica, sendo encontrada exclusivamente em uma pequena faixa
litorânea de aproximadamente 285 Km entre o sul de São Paulo e Norte de Santa
Catarina. Nesses locais o papagaio busca alimento, se reproduz, faz seu ninho e
descansa em dormitórios coletivos. A população total dessa espécie é estimada
em 6.700 indivíduos, sendo que cerca de 5 mil vivem no litoral do Paraná.
O papagaio-de-cara-roxa
estava na lista principalmente pela degradação dos locais onde habita e pelo
comércio de animais silvestres. Segundo a coordenadora do Projeto de
Conservação do Papagaio-de-cara-roxa, Elenise Sipinski, a reavaliação desta
espécie deve ser comemorada, pois indica que a principal região onde ocorre, o
litoral norte do Paraná, está em bom estado de conservação, o que possibilita a
recuperação de uma espécie ameaçada. Entretanto, não significa que a luta está
ganha, e o trabalho deve continuar.
Distribuição do papagaio-de-cara-roxa. Pontos em vermelho. Fonte:wikiaves. |
O projeto foi criado pela
Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) e desde 1998
desenvolve ações de pesquisa e proteção da espécie e seu habitat,
principalmente no litoral norte paranaense, onde se encontra a maior parte da
população do papagaio-de-cara-roxa.
Em 2014, a SPVS
monitorou cerca de 100 ninhos ativos, a maioria artificial, e já registrou o
nascimento de 107 filhotes. Ao longo de todo o projeto, foram registradas 1.200
atividades reprodutivas, 1.175 nascimentos de filhotes, sendo que 675 obtiveram
êxito reprodutivo. Ao longo do projeto, por meio do monitoramento da população,
sabe-se que ela vem se mantendo, em torno de cinco mil indivíduos.
Fonte: Bem Paraná