Em reunião realizada nesta sexta-feira (04) na embaixada brasileira em Paris, a Ministra do Meio Ambiente Izabela Teixeira conversou com representantes de diversas ONGs brasileiras que integram o Observatório do Clima (OC) como Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, SOS Mata Atlântica, Greenpeace, Imaflora, WWF, entre outras.

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De acordo com Guilherme Karam, coordenador de estratégias de conservação da Fundação Grupo Boticário, que participou da reunião, o Brasil está otimista com relação ao Acordo de Paris, que deverá ser firmado até o fim da COP 21 em 11 de dezembro. Segundo ele, estamos em um ótimo momento político para o acordo e tudo indica que ele cumprirá seu papel de direcionar a queda das emissões de gases de efeito estufa (GEEs) dos países que o assinarem.

“A diplomacia francesa merece uma menção, pois está facilitando todo o processo, o que cria um ambiente favorável para a discussão equilibrada entre os chefes de estado”, explica Karam.

Apesar disso, existem alguns complicadores. A diferenciação – responsabilidade do país de acordo com as suas emissões – é um ponto crucial do Acordo de Paris. “Precisaremos de mais um tempo para que alguns países possam convergir para metas mais ousadas gradualmente. Por isso, é necessário estabelecer um período de transição para que os compromissos sejam colocados novamente em discussão para alterações e ajustes”, destaca o coordenador.

Outro tópico debatido na reunião relaciona-se à vinculação do acordo. Torna-lo legalmente vinculante significa dizer que esse documento teria valor de lei internacional, com sanções àqueles que não cumprirem as metas estabelecidas. Seria uma forma de garantir o cumprimento dos países.

De acordo com Guilherme Karam, o Brasil deseja que o acordo seja vinculante, porém o Congresso dos Estados Unidos já indicou que isso não será aprovado. Para que não se perca a participação norte-americana – que é o segundo país mais emissorde GEEs – essa regra deverá ser flexibilizada.

“Particularmente acredito que o ideal seria que todo o acordo fosse vinculante e tivesse força legal em todos os países que o assinarem, mas se a única forma de garantir a participação dos Estados Unidos for montar um acordo híbrido já é um passo bastante importante”, conclui. Veja no vídeo abaixo o depoimento de Guilherme Karam, direto da COP21 em Paris.