Três novas
espécies de sapos foram descobertas na Mata Atlântica em Santa Catarina, sul do
Brasil, entre as cidades de Garuva e Blumenau. A descoberta ocorre no momento
em que os principais líderes mundiais se reúnem na Conferência do Clima (COP21), em Paris, para definir um novo acordo global que evite o aumento da
temperatura na Terra e as suas consequências. A exemplo de outras espécies de
anfíbios, eles são altamente sensíveis às mudanças climáticas e pelo menos uma
das espécies foi classificada como ameaçada de extinção na categoria “em
perigo”.

“As novas descobertas mostram quão rica é a biodiversidade da Mata Atlântica, ainda que
restem apenas 8% desse ambiente natural tão vasto e desconhecido para muitos
brasileiros, apesar de concentrar cerca de 70% da população do país”, afirmou
Malu Nunes, diretora-executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção à
Natureza, instituição que apoiou a pesquisa desse projeto. Entre 2013 e 2015,
esse mesmo projeto propiciou a descoberta de oito novas espécies de mini
sapinhos de outro gênero, Brachycephalus.

Os novos
sapos têm tamanho variado de 1 cm a 2,5 cm e possuem a pele escura com verrugas
e espinhos e se alimentam basicamente de formigas e ácaros. Esses alimentos
liberam substâncias químicas que irão se acumular na pele dos sapos e os tornam
venenosos, sobretudo aos seus predadores, tais como cobras.

Apesar de
viverem no alto de montanhas, os pequenos sapos são vulneráreis a impactos
provocados diretamente pela ação humana, como desmatamentos, queimadas,
atividades silviculturais e mineração. “A nossa preocupação é com a ameaça de
extinção dessas espécies”, alerta Bornschein. De acordo com as pesquisas e
levantamentos efetuados pelos cientistas, foi proposto formalmente que a
espécie Melanophryniscus biancae seja classificada como em perigo de extinção.
As outras duas espécies possuem dados deficientes que não possibilitam ainda
classificá-las de acordo com os critérios da IUCN. “Para ter uma análise mais
precisa das outras duas espécies, necessitamos ampliar nossas pesquisas em
campo para avaliar a extensão de suas ocorrências e os riscos que sofrem”,
ressalta o pesquisador.
Além das
outras instituições, a STCP Engenharia de Projetos e a Prefeitura de Joinville
também contribuíram para a realização da pesquisa.
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Fonte: Fundação Grupo Boticário
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