Uma nova espécie de camarão do gênero Dendrocephalus – que engloba
pequenos crustáceos que habitam pequenas poças sazonais de água doce – foi
descoberta em Santa Vitória do Palmar, município do Rio Grande do Sul que fica cerca
de 500 quilômetros de Porto Alegre. O camarão, batizado de Dendrocephalus
riograndensis e popularmente conhecido como camarão-fada (ou artêmia de água
doce), foi encontrado durante uma expedição do projeto Peixes Anuais dos Campos
Sulinos, apoiado pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e
realizado pelo Instituto Pró Pampa.

Acredita-se que a eclosão dos ovos da nova espécie descrita, que
ficam em dormência durante o período de seca das poças, ocorra no início do
período de alagamento, que começa no outono e permanece com água somente até o
fim da primavera. “O camarão-fada é fundamental para a manutenção da cadeia
alimentar destas áreas temporariamente alagadas, pois são predados por diversas
espécies, entre elas os peixes anuais”, explica Volcan.
Os indivíduos da espécie vivem de dois a três meses e na fase
adulta chegam a um tamanho médio de dois centímetros. Também apresentam
dimorfismo, quando macho e fêmea têm características físicas distintas. Os
machos têm apêndices na cabeça e a fêmeas, uma bolsa para geração de ovos. Diferentemente dos camarões comuns, os
camarões-fada nadam de barriga para cima.
Para Malu Nunes, diretora executiva da Fundação Grupo Boticário, a
descoberta de novas espécies, mesmo de modo acidental, demonstra a necessidade
de conhecermos melhor a biodiversidade do país. “Muitas espécies correm o risco
de desaparecer sem jamais terem sido descritas ou sem que tenhamos o
entendimento de seu papel e importância dentro do ambiente em que vivem”,
comenta.
Fonte: Fundação Grupo Boticário
Fonte: Fundação Grupo Boticário
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