Você sabia
que ainda existem espécies de aves desconhecidas pela ciência? E que algumas
aves “ressurgem” após uma aparente extinção? O formigueiro-de-cabeça-preta
(Formicivora erythronotos) é um exemplo disso. Descrito no século XIX, esteve
sumido até 1987. A saíra-apunhalada (Nemosia rourei), da qual se conhecia uma
única pele de museu, de 1870, foi avistada em 1941, e a prova de sua existência
só surgiu em 1998, por meio de uma foto.
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Tietê-de-coroa ficou desaparecido por 150 anos. Ilustração Swainson W.J. |
Outras
espécies consideradas extintas ainda podem estar na natureza ou mais perto do
que as pessoas imaginam. O maior mistério cerca o tietê-de-coroa (Calyptura
cristata), hoje a ave mais “procurada” do Brasil e considerada como o sonho de
muitos observadores de aves. Esta ave passou 150 anos sem registro, até um
casal ser avistado em 1996. De lá para cá, esse passarinho miúdo não foi mais
visto. Especialistas acreditam que o desaparecimento da espécie está
relacionado à destruição de seu ambiente natural.
Estes e
outros mistérios podem ser desvendados à medida que as pessoas prestarem mais
atenção as aves e a natureza a sua volta. Quais aves vêm comer frutas colocadas
na varanda? Será que os andorinhões-do-temporal, migratórios, vão voltar na
mesma época que em outros anos? Responder a perguntas como essas pode ser um
prazer pessoal, e pode também ajudar a
ciência, Quanto mais as pessoas entenderem a distribuição, hábitos e
necessidades das aves, melhor irão protegê-las.
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Saíra-apunhalada. Foto: Gustavo Magnago. |
“Ainda não
conhecemos todas as formas de vida da Mata Atlântica, mas começamos a entender
o que se pode fazer para garantir a sobrevivência. Muitas espécies estão à
beira da extinção e os observadores de aves podem ser aqueles que encontrarão
novas localidades para as aves. “Ainda podemos salvar muitas aves se tomarmos
uma atitude”, afirma a ornitóloga Martha Argel, autora do guia “Aves do Brasil: Mata Atlântica do Sudeste”, publicação que visa popularizar a observação de
aves no Brasil e incentivar a paixão por nossa natureza.
Contando
ainda com a coautoria de Robert S. Ridgely, John Gwynne e Guy Tudor, a
publicação foi lançada pela Wildlife Conservation Society (WCS) e a Editora
Horizonte como parte de uma série que aborda as aves de todos os biomas
brasileiros. O guia traz 927 espécies de aves da Mata Atlântica do Sudeste,
abrangendo os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, além do
leste de Minas Gerais e o sul da Bahia. A maioria das descrições é acompanhada
de precisas ilustrações – são mais de 1300. Em suas 432 páginas, o livro traz
informações sobre ambientes, épocas e altitudes de ocorrência, características
físicas, dicas para diferenciação de espécies semelhantes e breves descrições
de comportamento e voz.
O livro
apresenta todas as espécies de aves da região, com ilustrações, mapas de
distribuição e textos que permitem sua identificação. Além disso, destaca os
ambientes da Mata Atlântica e os desafios para a sua conservação. Está
disponível nas principais livrarias do Brasil com preço sugerido R$ 69,00. Este
valor, muito mais acessível que o de livros semelhantes, só foi possível graças
ao patrocínio da Fundação Grupo Boticário e da Fibria, ao apoio do Legado das
águas – Reserva Votorantim e a doações feitas por instituições e pessoas
físicas à WCS nos Estados Unidos. Mais informações ou compra também pelo site
www.edhorizonte.com.br.
Fonte: Lead
Comunicação
1 Comentários
não diz o nome das aves...,__,
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