A Mata
Atlântica, o bioma mais ameaçado do Brasil, acaba de ganhar duas novas espécies
de pererecas. Uma delas tem apenas dois centímetros com grandes tímpanos para
seu gênero, batizada de Phyllodytes megatympanum. A outra, chamada de
Dendropsophus nekronastes, possui a forma da cabeça mucronada (pontiaguda), o
que é uma característica diferente da dos outros anfíbios do mesmo grupo. As
espécies, até então desconhecidas, foram encontradas na Bahia por cientistas
apoiados pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

A espécie,
que estava a seis metros do chão, tem uma coloração marrom relativamente
uniforme, mantendo as características do gênero Phyllodytes, do qual fazem
parte espécies como Phyllodytes luteolus, popularmente conhecidas como
perereca-das-bromélias. Além do tímpano maior que o normal, a mancha amarela
entre as pernas também é uma característica específica. Solé acredita que a
perereca recém-descoberta deva ser classificada pela União Internacional para
Conservação da Natureza (IUCN) como ameaçada, mas com ressalvas pela falta de
dados, já que habita locais de difícil acesso e foi descrita há pouco tempo - o
artigo de descrição da espécie foi publicado em março pela revista Zootaxa.

Com essas
duas pererecas, chega-se ao número de 150 espécies encontradas por meio de
iniciativas apoiadas pela Fundação Grupo Boticário.
Rica biodiversidade
A descoberta
de novas espécies em áreas ameaçadas pela destruição de habitats, como é o caso
da Mata Atlântica, é uma notícia que alegra ambientalistas e pesquisadores, mas
nem por isso diminui a preocupação com a conservação. “Não podemos ficar
abusando e achar que, mesmo desmatando mais de 80% do bioma, ainda teremos
diversidade de espécies. Em algum momento vamos atingir um limite no qual nem
os anfíbios conseguirão sobreviver nestas áreas”, alerta Solé.
Para Malu Nunes, diretora executiva da Fundação Grupo Boticário de
Proteção à Natureza, a revelação de espécies desconhecidas é um passo necessário
para a ciência: “Isso marca o início da possibilidade da implementação de
medidas de conservação para um animal até então desconhecido aos olhos da
ciência”, analisa.
Fonte: Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza
Fonte: Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza
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