A preocupação com o uso consciente dos oceanos tem crescido a
nível global. Exemplo disso é o movimento proposto pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a próxima década. Entre
2021 e 2030, a entidade instigará a comunidade global a discutir e ampliar a
cooperação internacional em prol da conservação da biodiversidade marinha e costeira, o que vai ao encontro do objetivo 14
de desenvolvimento sustentável.

Apoio
A conservação dos oceanos e
dos mares tem sido uma das prioridades da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Ao longo dos
últimos 28 anos, foram investidos cerca de US$ 4 milhões em quase 250
iniciativas em toda a costa brasileira. Nos editais de apoio a projetos da
instituição, há uma linha específica para a conservação dos oceanos. Para 2019, quase R$ 2 milhões estão
reservados para programas com foco na proteção das marés. O último edital,
finalizado no fim de agosto passado, foi exclusivo para a área costeiro-marinha e os projetos estão em fase de seleção.
Muitas iniciativas apoiadas e financiadas pela Fundação Grupo Boticário fornecem
informações ao poder público e fortalecem ações que resultam na criação de áreas marinhas protegidas, como o Monumento Natural Trindade e Martim Vaz,
situado a mil quilômetros da costa de Vitória (ES). A Cadeia Vitória-Trindade é composta por cerca de 30 montes
submarinos de origem vulcânica que formam uma cordilheira submersa na costa do Espírito Santo. De acordo com
o ICMBio, as ilhas oceânicas, no extremo leste da cordilheira, abrigam a maior
riqueza de espécies recifais e
endêmicas de todas as ilhas brasileiras.
A atuação efetiva da Fundação na proteção dos oceanos fez com que
a entidade estivesse presente em uma conferência de alto-nível da UNESCO, promovida em setembro, em Paris, para discutir ações para a
Década dos Oceanos. Segundo a analista de projetos
ambientais da Fundação Grupo Boticário, Janaína Bumbeer, os participantes
do evento sintetizaram os progressos
científicos recentes que relacionam o clima e o oceano e debateram
estratégias para tirar a ciência dos bancos das universidades e transformá-la
em ação prática. Além disso, reforçaram a necessidade de aumentar a pesquisa e
o financiamento de políticas públicas voltadas aos oceanos. Estimativas da Comissão Intergovernamental Oceanográfica
(IOC) da UNESCO apontam que países alocam, em média, de 0,04% a 4% do total
investido em pesquisa e desenvolvimento em estudos oceanográficos.
“O principal recado é que precisamos cooperar mais e alinhar pesquisas e políticas públicas. Em
relação a isso, vemos que a Fundação Grupo Boticário está no caminho certo, já
que temos vasto histórico na área marinha, com constantes investimentos. As
iniciativas desenvolvidas por nós são práticas e levam à criação e à ampliação de áreas protegidas, além de fomentarem a
discussão sobre o ambiente marinho”, diz Janaína, que participou da conferência
da UNESCO.
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