Uma nova espécie de mini sapo do gênero Brachycephalus foi descoberta no Morro Santo Anjo, em Massaranduba, no norte de Santa Catarina. Batizado de Brachycephalus mirissimus, o animal foi oficialmente descrito em um artigo veiculado no início deste mês na publicação científica internacional PeerJ.
espécies de mini sapo, nova espécie, mini sapo, sapos, santa catarina, animais, natureza, conservação, fundação grupo boticário, mata atlântica, BrasilCom tamanho que varia de 10 a 13 milímetros (algo aproximado ao tamanho de uma unha) e menor quantidade de dedos que os demais anfíbios, o Brachycephalus mirissimus chama atenção por sua coloração. Com um forte tom alaranjado, o corpo na porção dorsal traz uma listra branca e uma mancha branca arredondada na cabeça, uma das diferenças em relação a outras espécies de mini sapo também identificadas ao longo do projeto.
O pequeno animal encontra-se no grupo dos menores vertebrados do mundo. Essa característica deve-se a um processo evolutivo chamado miniaturização, o que dá à espécie uma vantagem estratégica para sobreviver às condições da montanha. “Além disso, por viverem em lugares íngremes e úmidos, mas sem a presença de grande quantidade de água, durante o processo evolutivo, esses sapinhos da montanha também adquiriram outra característica própria: eles não passam pela fase de girino”, relata Luiz Fernando Ribeiro, pesquisador do Mater Natura e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUCPR, um dos descobridores da nova espécie.
Localizada em uma densa porção de Mata Atlântica, a nova espécie foi encontrada apenas em uma montanha da região e com baixa densidade populacional. “Os dados obtidos durante a pesquisa, assim como a perda de área no local para o plantio de pinus e eucaliptos, são preocupantes para a conservação da espécie”, ressalta Marcos Bornschein, pesquisador do Mater Natura e professor da Universidade Estadual Paulista, Campus do Litoral, primeiro a encontrar a nova espécie.
No total 15 espécies de mini sapos foram descobertas pelo projeto ao longo de cinco anos. Segundo Emerson Antônio de Oliveira, coordenador de Ciência e Conservação da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, descobertas como essa reafirmam a importância da conservação da natureza para a manutenção das espécies. “Atualmente a Mata Atlântica conta com menos de 8% da sua cobertura original. Cada descoberta é um passo a mais para defendermos a conservação da biodiversidade para que essas espécies não desapareçam”, destaca.
Siga o blog Natureza e Conservação no FacebookYouTube e Instagram.