Diferentes organismos existentes na natureza (plantas, insetos, fungos, etc.) possuem grande potencial para fornecer princípios ativos que podem ser utilizados para fins medicinais. Mais um grande exemplo disto acaba de ser publicado na revista científica Biophysical Journal. Pesquisadores da Unesp, em parceria com a Universidade de Leeds – Inglaterra, descobriram que o veneno de uma vespa (maribondo) pode combater células cancerígenas.

Maribondo, Polybia paulista, vespa, curar o câncer, cura do câncer, animal, veneno de vespa combate o câncer, câncer, cura que vem da natureza, blog natureza e conservação, natureza e conservação, pesquisaTrata-se do Maribondo – Polybia paulista, que contém um poderoso princípio ativo que atinge e destrói as células tumorais sem danificar as células boas, segundo o estudo. Os testes em laboratório mostraram que o veneno do marimbondo brasileiro tem potencial para inibir o crescimento de células tumorais da próstata e da bexiga, bem como células de leucemia que são resistentes a uma variedade de drogas. Tudo isto sem prejudicar os tecidos saudáveis.

A descoberta está em fase embrionária, ressaltam os cientistas, mas os resultados iniciais mostram que o veneno da Polybia paulista poderá ser um forte candidato para compor uma nova classe de medicamentos oncológicos. De acordo com João Ruggiero Neto, pesquisador do Instituto de Biociências da Unesp e também autor do artigo, a substância retirada do veneno da vespa atua criando poros na membrana celular cancerosa, inibindo sua ação.

Maribondo, Polybia paulista, vespa, curar o câncer, cura do câncer, animal, veneno de vespa combate o câncer, câncer, cura que vem da natureza, blog natureza e conservação, natureza e conservação, pesquisa
Marimbondo - Polybia paulista. Foto: Prof Mario Palma.
Apesar dos resultados bem-sucedidos, há um longo caminho antes que o veneno da vespa seja confirmado como possível substância anticâncer. O próximo passo é testá-la em modelos de pequenos animais, como roedores, mas, embora existam planos para isso, falta orçamento. “Existe um planejamento, mas não sabemos quando haverá liberação de recursos, ainda mais com essa crise”, observa Mário Sérgio Palma.

Serão necessários ainda testes com animais maiores e, depois, em humanos, um processo que pode levar mais de 10 anos. Se, no meio do caminho, os efeitos colaterais forem muito fortes, a substância é descartada. Porém, caso os resultados preliminares se confirmem, o veneno da vespa poderá beneficiar pacientes de diversos tipos de câncer, como os de pulmão e fígado. “A toxina tem um enorme potencial”, diz Palma.

Siga o blog Natureza e Conservação no FacebookYouTube e Instagram.