Depois de aproximar as pessoas dos locais em que vivem ou de lugares em que nunca estiveram por meio do Google Street View, uma nova ferramenta tecnológica promete mostrar a situação real dos seis ambientes naturais brasileiros. Trata-se do MapBiomas, plataforma desenvolvida pelo Observatório do Clima, rede de ONGs que atuam na agenda climática do Brasil, em parceria com o Google.

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Para mostrar a situação real da Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal, o MapBiomas vai analisar dados e imagens de satélites, com resolução de até 30 m x 30 m, no período de 1985 a 2017.  Na primeira etapa, a ser executada ainda esse ano, serão analisadas imagens captadas entre 2008 e 2015. No próximo ano, o período a ser analisado será de 1985 a 2015 e, em 2017, serão analisadas as imagens até 2016, com detalhamento.

Essas imagens serão disponibilizadas na plataforma podendo ser visualizadas em até quatro níveis de zoom – o mais próximo a apenas 30 metros do solo. “É uma revolução para a conservação brasileira, pois as imagens vão mostrar um raio x real e atualizado de todas as áreas naturais que foram devastadas e as que foram recuperadas com florestas”, André Ferretti, disse o gerente de Estratégias de Conservação da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, uma das instituições que faz parte do Observatório do Clima.

A iniciativa é considerada uma inovação e possibilitará à sociedade brasileira a acompanhar as mudanças de uso do solo e suas implicações em emissões e reduções de Gás deEfeito Estufa (GEEs), com defasagem mínima de apenas um ano. “Essa ferramenta será o GoogleMaps dos ambientes naturais brasileiros”, afirma Ferretti.

Como funciona o MapsBiomas?

O MapBiomas terá quatro produtos principais dirigidos ao público geral. São eles: mosaico de imagens para cada ano analisado com resolução mínima de 30 metros; mapas de cobertura de uso do solo com quatro níveis de aproximação (detalhamento); Relatório anual de transições de cobertura de uso do solo no Brasil; e Plataforma web de consulta pública (MapServer) com imagens, mapas e possibilidade de gerar estatísticas on demand.

Para especialistas, o MapBiomas oferecerá plataforma web de trabalho (MapBiomas Workspace) para montagem do mapeamento e multiplicável para outros países e contextos; uma coleção de scripts no Earth Engine (do Google) aplicável em outros contextos; e, por último, notas metodológicas que vão explicar como foi feito o trabalho e as decisões tomadas no processo.

Essa ferramenta permitirá que o usuário possa consultar imagens de anos anteriores para fazer análises que indiquem, entre outros dados, a quantidade de carbono que foi emitida ou captada pela vegetação em um determinado local do território nacional durante o período analisado.