A Anta brasileira – Tapirus terrestres é o maior mamífero terrestre brasileiro, podendo pesar mais de 300 quilos. A espécie tem ampla ocorrência geográfica, tendo registros confirmados para os biomas Mata Atlântica, Pantanal, Amazônia, Cerrado e Caatinga, sendo que na Caatinga as populações da Anta brasileira estão regionalmente extintas.

Anta, Tapir, Tapirus terrestres, Anta brasileira, extinto, extinção, Lowland Tapir, South American Tapir, Brazilian Tapir, Anta Brasileña, Danta, Danta Amazónica, Gran Bestia, Tapir Brasileño, wildlife, conservação, natureza, fotos AntaNacionalmente a Anta está na lista de espécies ameaçadas de extinção do Ministério do Meio Ambiente – MMA e globalmente na lista vermelha de espécies ameaçada da IUCN com o status de conservação “vulnerável” em ambas listas.

Segundo a Bióloga conservacionista Patrícia Medici, as Antas são conhecidas como jardineiras da floresta e exercem papel fundamental para manutenção dos habitats onde elas vivem. “As Antas são herbívoras, cinquenta por cento da sua dieta consiste em frutas, e quando comem a fruta, elas engolem as sementes e distribuem pelo habitat com as suas fezes, modelando e mantendo a estrutura e a diversidade da floresta. A extinção desta espécie afetaria todo o ecossistema”, explica a pesquisadora.

É grande a preocupação dos pesquisadores na conservação da Anta brasileira. A perda de habitat, atropelamentos e a caça colocam em risco a sobrevivência das populações em muitas localidades de ocorrência. Além de regionalmente extinta na caatinga, a avaliação de risco de extinção por biomas demonstrou que na Mata Atlântica e Cerrado a espécie é enquadrada como “Em perigo”, no Pantanal “Quase ameaçada” e na Amazônia “Menos preocupante” devido o bioma ainda ter grandes áreas conservadas disponíveis para a espécie.

Sobre a espécie

As antas possuem hábitos noturnos, são solitárias e muito evasivas quando percebem uma ameaça. Embora herbívoras, o consumo de frutos nativos demonstra ser um importante recurso alimentar para a espécie, tendo sido catalogadas 58 espécies sementes na Mata Atlântica e 54 espécies no Pantanal, demonstrando a importância da Anta brasileira para a dispersão de sementes.

O ciclo reprodutivo da espécie é longo, variando de 13 a 14 meses, nascendo apenas um filhote que pode pesar entre 7 a 9 quilos. Em cativeiro, a espécie tem sobrevivido por mais de 30 anos, entretanto, na natureza a estimativa de longevidade da espécie seja de 22 anos. Os principais predadores das Antas são a onça-pintada (Panthera onca) e o Puma (Puma concolor).

Siga o blog Natureza e Conservação no FacebookYouTube e Instagram.

Sobre o autor

Dianes G. Marcelino é engenheiro ambiental e mestre em ecologia de ecótonos pela Universidade Federal do Tocantins. Tem experiência em licenciamento ambiental, geoprocessamento, ecologia, recuperação de áreas degradadas e gestão de resíduos sólidos.