Um recente estudo realizado na Floresta Nacional de Carajás (Flona
Carajás), no Pará, evidencia os impactos da mineração sobre pequenos mamíferos
na Amazônia brasileira. De acordo com os autores, não existia estudos no Brasil que demonstrasse os impactos da mineração sobre mamíferos ou
outros vertebrados, sendo este o primeiro estudo a abordar esta temática no
país.
Segundo os autores, num universo de 28 espécies, 10 tiveram maior
probabilidade de serem encontradas em áreas distantes dos locais impactados
pelas cavas da mineração. Isto demonstra que os efeitos da mineração sobre
pequenos mamíferos podem ir além da destruição da floresta, mas também afetando
negativamente espécies sensíveis e que dependem de habitats em bom estado de
conservação para sobreviverem.
Os autores concluem que é necessário que seja realizado um
acompanhamento em longo prazo para tentar mitigar os impactos irreversíveis da
mineração sobre as comunidades de pequenos mamíferos não-voadores na Amazônia
brasileira.
O trabalho foi publicado na revista científica Plos One e contou
com a participação de Natália Carneiro Ardente, Átilla Colombo Ferreguetti e
Helena Godoy Bergallo, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Donald
Gettinge, da Universidade de Nebrasca-Lincoln, Pricila Leal e Fernanda
Martins-Hatano, Universidade Federal Rural da Amazônia, e Ana Cristina
Mendes-Oliveira da Universidade Federal do Pará.
Sobre a Floresta Nacional de Carajás
A Floresta Nacional de Carajás – Flona Carajás é uma unidade de
conservação de uso sustentável que está localizada no sudeste do Pará, estendendo
pelos municípios de Parauapebas, Canaã dos Carajás e Água Azul do Norte.
Criada em 1998, esta unidade de conservação tem como objetivos
garantir a preservação dos recursos renováveis e os processos ecológicos da
região. A Flona Carajás abriga uma rica biodiversidade, tendo sido registrado cerca de 68 espécies
de anfíbios e 131 de répteis, sendo uma espécie de cada grupo restrita às áreas
de savana metalófila da Serra dos Carajás, 594 espécies de aves, 75 espécies de
morcegos e 44 espécies de mamíferos de médio e grande porte.
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