Uma liminar da Justiça Federal de Passos, município localizado no
Sul de Minas Gerais, autorizou cerca de 1,5 mil famílias donas de terras dentro
do Parque Nacional da Serra da Canastra a criar gado, cultivar e explorar
comercialmente as terras sem a necessidade de fiscalização do Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). No total, cerca de 128 mil
hectares do parque não foi desapropriado pelo Governo Federal e agora estão sob
ameaça.

De acordo com o ICMBio a decisão coloca em risco a conservação da
área onde está localizada a nascente do Rio São Francisco. Em nota, o órgão
informou que a Advocacia Geral da União (AGU) adotará as medidas judiciais
cabíveis para garantir a proteção deste importante território, que conserva
inúmeras espécies ameaçadas de extinção e as nascentes de um dos rios mais
importantes do país, o Rio São Francisco.
O Parque da Serra da Canastra foi criado por decreto assinado pelo
presidente Emilio Garrastazu Médici, em 3 de abril de 1972. Em 21 de agosto de
1974, foi assinado outro decreto, declarando uma área de interesse social para
fins de desapropriação de 106.185,50 hectares. O juiz federal de Passos explica
que este segundo decreto, porém, já é considerado sem validade e que, até hoje,
foram desapropriados mesmo apenas 71.525 hectares, ficando 128.475 hectares de
“áreas não-consolidadas”, nas quais os agricultores ficaram impedidos de
desenvolver atividades produtivas por causa das restrições impostas pelos
órgãos ambientais.
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