A jiboia mais rara do mundo foi encontrada na Mata Atlântica por
pesquisadores do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo e do Instituto
Butantan. Batizada de jiboia-do-ribeira (Corallus cropanii) está é uma espécie
de cobra raríssima, uma vez que nunca foi observada na natureza e há mais de 60
anos era procurada por cientistas.
A espécie foi descrita pelo herpetólogo Alphonse Richard Hoge, do
Instituto Butantan, no ano de 1953, através da observação de um único exemplar
entregue vivo por um morador do município de Miracatu. A partir desta data,
outros cinco exemplares chegaram até o instituto, mas nenhum estava vivo.
A busca por novos exemplares da jiboia-do-ribeira nas matas do
Vale do Ribeira já perdurava por algumas décadas. A recente descoberta só foi possível
graças à parceria entre instituições de ensino e comunidade do Guapiruvu, zona
rural do município de Sete Barras. Os moradores foram treinados para
identificar as cobras da região e a reconhecer a Jiboia-do-Ribeira.
O biólogo Bruno Rocha, pesquisador do Museu de Zoologia e
coordenador de um projeto dedicado à conservação da espécie, é o primeiro
biólogo a segurar uma Corallus cropanii viva nas mãos desde Hoge, 64 anos atrás.
“Quando cheguei e vi que era ela mesma, viva e linda, fiquei muito emocionado”,
conta Rocha.
Sobre a espécie
Como nunca foi observada na natureza, não se sabe praticamente
nada sobre a Jiboia-do-ribeira (Corallus cropanii), como por exemplo, o seu
comportamento, do que se alimenta, ou se é um bicho predominantemente
terrestre, aquático ou arborícola.
Sabe-se pela sua anatomia que Corallus cropanii pertence à
família das jiboias (Boidae), mas nesse grupo há desde pequenas serpentes que
comem pássaros em árvores, como a cobra-veadeira, até gigantes aquáticos que
comem capivaras, como a sucuri.
Como todas as espécies de jiboias, esta cobra rara não é um animal venenoso, e provavelmente mata suas presas por constrição (esmagamento).
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