Há algum
tempo venho apresentando aqui no blog
Natureza e Conservação informações sobre tratamento de resíduos sólidos utilizando o método de
compostagem denominado método UFSC de compostagem, desenvolvido pelo departamento de Engenharia Rural da Universidade Federal de Santa Catarina. Desde o
início deste ano tenho aplicado o método aqui no norte do Brasil, na cidade de Parauapebas, no Pará, a fim
de verificar a sua eficiência.
Foram
montadas duas leiras compostagem,
uma por volta do dia 10 de março e outra no dia 22 de março. Após 90 e 85 dias,
respectivamente, o método UFSC de compostagem mostrou-se bastante eficiente no
processo de transformação dos resíduos
orgânicos em adubo. A técnica possibilitou obter um composto orgânico estabilizado e altamente rico em nutrientes, podendo ser utilizado em jardins, vasos,
hortas, dentre outros.
A forma de montagem das leiras de compostagem
garantiu que o processo de degradação da matéria orgânica mantivesse constante,
com temperaturas entre 50 ºC e 60 ºC (picos de 70 ºC) na fase mais ativa do processo. Durante o período de monitoramento, as
leiras foram reviradas por duas vezes, ambas por volta de vinte e cinco dias
após a última inserção de material orgânico.
Embora o método UFSC tenha como característica a
não necessidade de revolvimento da leira de compostagem, em uma terceira leira
(iniciada em 17 de abril e com última inserção de material em 23 de abril), que
permaneceu entorno de 45 dias em processamento,
observou-se que a temperatura média caiu de 54,7ºC para 47,0 ºC, oscilando
nesse valor até o seu reviramento em 14 de junho. Três dias após o revolvimento
a temperatura média da leira
apresentou-se com 59,0 ºC.
Vale lembrar
que este estudo faz parte de uma iniciativa da empresa Facilitas, que tem recolhido resíduos orgânicos da comunidade de
entorno (supermercados, feiras, serralherias
e residências) para utilização na compostagem. Toda produção do adubo orgânico é comercializada em Parauapebas e
região. Uma iniciativa sustentável e
que tem promovido a destinação ambientalmente adequada para uma quantidade
significativa de resíduos orgânicos, evitando sua disposição no aterro controlado da cidade de
Parauapebas.
Sobre o autor
Dianes
G. Marcelino é consultor, engenheiro ambiental e mestre em ecologia de ecótonos
pela Universidade Federal do Tocantins. Tem experiência em licenciamento
ambiental, geoprocessamento, ecologia, recuperação de áreas degradadas e gestão
de resíduos sólidos.
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