Poucas cidades brasileiras possuem um gerenciamento e manejo adequado da sua cobertura arbórea. As árvores desempenham inúmeras funções ecológicas que são importantes para o homem e para a manutenção da biodiversidade, principalmente quando estamos falando de grandes centros urbanos.

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Foto: Mantovani Fernandes
No Brasil, o planejamento da arborização urbana tem comumente adotado 12m² de área verde por habitante como sendo o valor mínimo ideal para proporcionar melhor qualidade de vida para a população. Na Alemanha esse índice é de 13m² por habitante, enquanto que a Sociedade Brasileira de Arborização Urbana recomenda 15m² por habitante. Dentre seus benefícios, as árvores promovem bem-estar social e psicológico, fornecem sombra, amenizam o calor e a poluição sonora, proporcionam efeito estético e preservam a fauna silvestre.

Recomendações para escolha das espécies na arborização urbana

Arborizar não é simplesmente sair plantando árvores. Como o ambiente urbano é planejado para atender as necessidades do homem, os critérios de arborização devem ser definidos cuidadosamente através da elaboração de um plano de arborização urbana. As espécies arbóreas e locais de plantio devem apresentar valor funcional, estético e ecológico, proporcionando desta forma, bem estar social e promovendo a manutenção da biodiversidade.

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Plantio inadequado gerando dano na calçada.
Antes de definir as espécies a serem plantadas deve-se observar qual é o local que necessita ser arborizado. Em área urbana, esta observação é muito importante, pois é ela que definirá se o local está apto a receber o plantio e qual espécie será mais adequada. 

Além dos fatores funcionais, estéticos e ecológicos, as espécies arbóreas devem ser seguras para o homem, devendo ser evitada a introdução de espécies que possam provocar algum tipo de acidente ou danos a equipamentos públicos ou privados.

No geral, em se tratando de arborização de ruas, a escolha das espécies vai depender da largura da calçada e da presença de barreiras (drenagem, rede elétrica, etc.) que possam inibir o crescimento das árvores ou serem danificadas na medida em que elas se desenvolvem. Calçadas estreitas são inadequadas para o plantio de árvores. Em calçadas mais largas, pode-se plantar espécies de pequeno, médio ou grande porte, desde que estas não interfiram na rede elétrica, drenagem, dentre outras. Para áreas maiores, como praças, parques e jardins, pode-se dar preferencia para as árvores de médio e grande porte, devendo ser priorizada a introdução de espécies nativas da região.

Reduzindo a perda de biodiversidade

O processo de urbanização contribui diretamente para a perda de biodiversidade. Com a expansão urbana, inúmeras árvores nativas são removidas e com ela grande parte da comunidade de fauna associada. 

Biodiversidade urbana, arborização urbana, plano de arborização urbana, Palmas, Tocantins, plano de arborização de palmas, animais da cidade, preservação da biodiversidade, naturezaNa maioria dos casos, a adoção da arborização dessas novas áreas é feita sem nenhum critério técnico, sendo adotadas espécies arbóreas incompatíveis com o local, inserção de espécies exóticas ou o uso de uma única espécie.

Desta forma, para manutenção da biodiversidade, é importante que no planejamento da arborização urbana seja priorizada a adoção de um maior número de espécies nativas, sendo desejável que estas sejam atrativas á fauna.

Pensando em plantar uma árvore em sua rua, jardim ou praça? Procure orientação antes de plantar.

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Sobre o autor

Dianes G. Marcelino é engenheiro ambiental e mestre em ecologia de ecótonos pela Universidade Federal do Tocantins. Tem experiência em licenciamento ambiental, geoprocessamento, ecologia, recuperação de áreas degradadas e gestão de resíduos sólidos.