A Jacutinga –
Aburria jacutinga (Black-fronted Piping-Guan) é uma ave da fauna brasileira ameaçada de extinção, sendo classificada
pela IUCN como em “Perigo de extinção”. É endêmica da Mata Atlântica e possui
como distribuição original o sul da Bahia até o Rio Grande do Sul, norte da
Argentina e Paraguai. Entretanto, em muitos locais dessa distribuição original
a espécie já foi extinta, como nos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e
Sul da Bahia.
Os
principais fatores que dizimaram as populações da Jacutinga estão associados
aos desmatamentos e caça indiscriminada da espécie. Relatos antigos revelam que
em torno de 50 mil jacutingas foram caçadas em apenas algumas semanas no vale do
Rio Itajaí (Santa Catarina) em 1866, bem como fotografias antigas, da década de
30, mostram caçadores ao lado de pilhas de jacutingas mortas.
Atualmente a
Jacutinga só é encontrada em áreas protegidas da Mata Atlântica, como o Parque
Estadual da Serra do Mar, Carlos Botelho, Intervales e Ilhabela, no Estado de
São Paulo. A população atual da espécie é estimada em cerca de 2 mil
indivíduos.
A Jacutinga
habita florestas primárias úmidas e densas, estando presente na copa e no
estrato médio das árvores, principalmente em locais com muita presença do
Palmito-juçara (Euterpe edulis). A espécie pode ser encontrada em ambientes
degradados, mas necessita de extensas matas bem preservadas para obter seu
recurso alimentar (Palmito-juçara, Embaúba, Ficus, Goiaba, dentre outros), abrigo e reprodução.
Outras medidas também são necessárias para preservação da espécie e
incluem o aumento da fiscalização contra caçadores e coletores ilegais; repovoamento
das populações do Palmito-juçara; criação de mais unidades de conservação,
preservando os grandes fragmentos de mata úmida, e; ações de educação
ambiental, visando inserir a comunidade local nas ações de preservação da
espécie endêmica da Mata Atlântica.
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