Uma espécie rara de marsupial amazônico foi registrada pela primeira vez no Tocantins.
Trata-se de um pequeno mamífero conhecido popularmente por catita ou cuíca -
Gracilinanus emiliae, descrita no início do século 20 e que era conhecida
somente para 12 localidades ao logo do bioma amazônico, sendo apenas 4
registros no Brasil, localizados no Estado do Pará e Amapá.
De acordo
com os pesquisadores, a cuíca amazônica é a espécie menos conhecida do gênero
Gracilinanus. “Encontrar esta espécie no Tocantins foi uma surpresa gigantesca,
visto que o animal caiu numa armadilha de queda (pitfall traps) enquanto
trabalhávamos no inventário da herpetofauna do Campus da EMVZ/UFT em Araguaína.
Este grupo é muito difícil de identificar e na hora fotografei o bicho por
ele ser bonito e diferente. A confirmação da espécie só veio depois que enviei
as fotos para Marcus Brandão, pesquisador da Universidade Federal de São Carlos
e especialista no grupo”, conta Silionamã Dantas, biólogo e co-autor da
publicação.
Mesmo sendo
uma espécie rara, este marsupial não está inserido em nenhuma lista de espécies
ameaçadas de extinção. “A raridade e a ausência de informações detalhadas sobre
a espécie não nos permite avaliar com segurança seu status de conservação.
Tanto na lista vermelha da IUCN quanto na lista de espécies ameaçadas do Brasil
esta cuíca amazônica encontra-se com o status de deficiência de dados”, explica
Silionamã Dantas.
O registro de Gracilinanus emiliae no Tocantins aumentou em mais de 600 Km a distribuição
da espécie na Amazônia, alcançando o limite sudeste do bioma, próximo a zona de transição Amazônia e Cerrado. Segundo os autores, este novo registro é
importante porque acreditava-se que G. emiliae não ocorria em outras regiões da
bacia amazônica. Mas agora tem-se evidências de que talvez a espécie possa ser
encontrada ao longo de toda bacia, necessitando de novos inventários
na região central e oeste da bacia.
O artigo com o registro deste marsupial amazônico raro foi publicado na
revista científica Mastozoología Neotropical e teve a participação de Marcus V.
Brandão, da Universidade Federal de São Carlos; Patrício A. da Rocha, da
Universidade Federal Da Paraíba; Silionamã P. Dantas e Wanieulli Pascoal, ambos
da Universidade Federal do Tocantins.
Obrigado a Silionamã Dantas pelas considerações no texto.
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