Há mais de
10 anos dois projetos ambientais ganharam espaço em Arceburgo, no Sul de Minas
Gerais. Ambos deram frutos e continuam se expandido. Na cidade, duas mil
plantas, de 70 espécies produtoras de néctar, foram cultivadas em 50 locais
públicos: praças, ruas, escolas, matas ciliares, trevos de acesso e também
algumas residências. Hoje, as plantas dão flores de diversas cores e há
floradas todos os meses.

O segundo
projeto foi viabilizado depois que Carosia assumiu a Secretaria Municipal de
Meio Ambiente de Arceburgo, em 2005. Dois anos depois, nasceu o Bosque dos
Pássaros, em uma área de 4.730 m², anteriormente usada para descarte de lixo.
Próximo ao trevo que dá acesso ao Estado de São Paulo, através de Mococa, o
espaço recebeu 200 árvores de 90 espécies nativas, a maioria ameaçadas de extinção.
Um dos
resultados é o aumento e diversidade de pássaros, abelhas, borboletas e outros
animais. Nessa nova área ainda se formou um cinturão verde. “As árvores já
formadas e altas não mais dependem de cuidados humanos, seguem seu curso, dando
sementes, flores, frutos, criando serrapilheira e outras mudas ao lado das
plantas-mãe. As sementes se dispersam
pelo vento e através das aves”, informa o ambientalista, que também questiona:
“O bioma predominante de Arceburgo é Mata Atlântica, mas em alguns lugares
registrou Cerrado. Seria já uma área de transição?”
No site Wiki
Aves, o maior da categoria, Arceburgo tem registro de 228 espécies de aves,
incluindo 16 diferentes beija-flores. Ocupa a 66ª posição entre os 853
municípios mineiros. No quesito sons/cantos de aves em Minas Gerais, está em
38º lugar com 104 gravações. São grandes conquistas de um dos menores
municípios do Estado, com 162,46 km².
Ninho na entrada de casa
Em 2016,
Ademir Carosia iniciou um levantamento
de locais com ninhos de beija-flores na área urbana, rural e residências.
Encontrou ninhos isolados, debaixo de uma ponte, e outros mais familiarizados
com os moradores. Em uma planta de vaso, próximo à porta de entrada de uma casa
no Centro da cidade, uma besourinha-de-bico-vermelho (Chlorostilbon lucidus)
criou dois filhotes. O ambientalista orienta: “Se não forem molestados, eles
irão retornar sempre ao mesmo ninho”.
Outra ação
para atrair outros beija-flores e preservar os já existentes está prevista para
2017: cultivar mais de 200 mudas de plantas com néctar. Este trabalho
voluntário tornou o paisagista um consultor
nesse ramo. Carosia já desenvolveu projeto semelhante em sítios,
fazendas, empresas e outras propriedades.
Com uma
população de 10.262 habitantes (IBGE, 2014), Arceburgo tem 124 anos está se
tornando mais verde, colorido e ecologicamente turístico. O blog Ademir Carosia registra
os principais processos desses dois projetos e ainda divulga a cidade dos
beija-flores pelo Brasil e mundo afora.
Siga o blog Natureza e Conservação no Facebook, YouTube e Instagram.
Siga o blog Natureza e Conservação no Facebook, YouTube e Instagram.
Fonte: Silvio Reis
1 Comentários
Obrigado pelo destaque. É muito gratificante criar espaços para ajudar toda forma de vida.
ResponderExcluir