Duas aves
endêmicas do Brasil podem ganhar novos nomes populares “oficiais”. A proposta
de alteração é direcionada a tiriba-de-pfrimer (Pyrrhura pfrimeri) e ao
pica-pau-do-parnaíba (Celeus obrieni) e foi sugerida por grupos de
pesquisadores que nos últimos trabalharam em ações de conservação destas
espécies. Ambas estão incluídas na lista vermelha das espécies ameaçadas de
extinção. O artigo está publicado na revista científica Atualidades Ornitológicas e contou com a colaboração de Túlio Dornas, Edson Ribeiro Luiz,
Marcos Filipe Pesqueiro, Renato Torres Pinheiro, André Grassi Côrrea, Gabriel
Leite e Dianes Gomes Marcelino.
As
alterações afetariam os nomes populares em português e inglês dessas aves. Pela
proposta, o pica-pau-do-parnaíba – Kampfer’s Woodpecker (inglês) passaria a ser
popularmente conhecido como pica-pau-da-taboca – Brazilian Bamboo-Woodpecker
(inglês) e a tiriba-de-pfrimer – Pfrimer’s Parakeet (inglês), teria o nome
popular de tiriba-do-paranã – Paranã Parakeet (inglês).
De acordo
com os autores, a proposta de alteração dos nomes populares dessas aves são
baseadas em estudos sobre a distribuição geográfica e biologia sobre
cada uma delas, conduzidas entre os anos de 2007 a 2014, e no feedback dos
trabalhos de educação ambiental junto as comunidades locais que conhecem as
espécies.
As
alterações dos nomes atuais pelos nomes recomendados tiriba-do-paranã e pica-pau-da-taboca,
representam com maior fidedignidade as características biogeográficas mais
relevantes de ambas as espécies, além de estreitar a relação das comunidades
locais com as duas aves.
Segundo
Túlio Dornas, o uso da palavra Paranã traz uma forte carga de identidade
regional à tiriba-de-pfrimer, até então não percebida pelas populares locais A informação repassada à comunidade de que a espécie é encontrada
somente nas matas secas da bacia do rio Paranã, entre o Tocantins e Goiás, trouxe um efeito inicial de
surpresa, acompanhado de uma sensação de grande privilégio em ter uma espécie
de ave exclusiva da região, não ocorrendo em nenhuma outra parte do mundo.
O mesmo
ocorre para o pica-pau-da-taboca, de modo que, enfatizar suas características
biológicas em seu nome popular, como sua especialização a ambientes formados
por tabocais representa uma alternativa mais apropriada uma vez que a menção ao
rio Parnaíba apresenta ser uma característica geográfica que tem apresentado
pouca relevância diante da atual distribuição geográfica da espécie, conclui os
pesquisadores.
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