Arborização precária em Parauapebas/PA reduz qualidade de vida

A precariedade da arborização em Parauapebas/PA tem reduzido a qualidade de vida da população. Quase todas as ruas da cidade apresentam uma arborização deficitária, com poucos indivíduos arbóreos, comprometendo a circulação dos pedestres nas horas mais quentes do dia.

A arborização urbana é de grande importância nos centros urbanos, uma vez que desempenha diversos serviços ambientais. Ela atua no conforto climático, reduzindo a sensação de calor através das sombras das árvores, reduz a poluição sonora, do ar e visual, sendo ainda um elemento fundamental na manutenção da biodiversidade, seja fornecendo alimento ou promovendo a dispersão de espécies da fauna.

A Sociedade Brasileira de Arborização Urbana recomenda que nas cidades o índice de arborização seja de 15 m² por habitante, entretanto, de acordo com dados do IBGE 2010, em Parauapebas, apenas 30,5% dos domicílios urbanos tinham arborização nas vias, o que certamente coloca o índice de arborização por habitante abaixo do recomendável.

Até mesmo nos novos bairros de Parauapebas, ditos planejados, os empreendedores não se preocuparam com o quesito arborização das ruas dos loteamentos. A realidade é extensas ruas sem ou com pouquíssimas árvores ao longo da via. Para sair de casa, nos horários mais quentes do dia, a solução dos moradores é proteger do sol com sombrinhas ou guarda-chuva.

A área mais arborizada de Parauapebas é parte do canteiro da PA-275, com um amplo corredor verde de aproximadamente 2 Km de extensão. Por ser um ambiente bem cuidado, ao longo do seu percurso a população pratica diversas atividades, como caminhada, musculação, piqueniques, ensaios fotográficos, etc. Muitas pessoas saem de bairros distantes para usufruir dos benefícios da arborização do canteiro da PA-275, demonstrando o papel integrador e de promoção do bem estar social desse elemento da natureza, as árvores.

Entretanto, por si tratar de um ambiente urbano, a arborização da cidade deve seguir critérios técnicos pré-estabelecidos, observando a realidade da cidade. Estes critérios deverão estar inseridos em um Plano de Arborização, e somente um bom plano poderá ser capaz de transformar uma cidade de aparência inóspita em um lugar convidativo, promovendo encontros, socialização e atuando no bem estar dos cidadãos.

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Sobre o autor

Dianes G. Marcelino é engenheiro ambiental e mestre em ecologia de ecótonos pela Universidade Federal do Tocantins. Tem experiência em licenciamento ambiental, geoprocessamento, ecologia, recuperação de áreas degradadas e gestão de resíduos sólidos.