Neste período de pandemia do novo coronavírus, o perfil da Save Brasil no Instagram, em parceria com o biólogo Hugo Fernandes, compartilhou uma postagem muito interessante. Do jeito que estamos caminhando, a próxima pandemia pode vir do Brasil e precisamos entender os motivos e mudar nossas atitudes para que o mundo não passe pela mesma situação em que nos encontramos.

pandemia coronavírus, meio ambiente, desmatamento, caça de animais, doenças, pandemia, coronavírus, covid19, natureza, caça de animaisA postagem enfatiza que nos últimos 50 anos, 75% das novas doenças que surgiram tiveram como origem os animais. Naturalmente todos os animais possuem algum tipo de zoonose, a maioria desconhecida para o homem. Para que essa zoonose vire uma pandemia, alguns ingredientes são essenciais e bem conhecidos por todos nós: o tráfico de animais, o desmatamento e caça de animais silvestres.

Desses ingredientes, o desmatamento tem destaque especial. Só na Amazônia, no primeiro trimestre de 2020, foram emitidos alertas de desmatamento para 796,08 km² da floresta, um aumento de 51,45% em relação ao mesmo período de 2019. Com o desmatamento avançamos sobre as populações de animais silvestres, muitas delas com potencial de carregar um patógeno que pode afetar a saúde do homem. Sabe-se, por exemplo, que para cada quilômetro quadrado de floresta amazônica desmatada surgem 27 novos casos de malária.

A caça de animais é outro grande problema que expõe o homem a contrair uma doença de origem animal. Como bem sabemos, o atual momento de pandemia pelo novo coronavírus teve origem no consumo de carne de animais silvestres na China, um problema que se repete por terras brasileiras, que assim como na China, é uma bomba relógio que pode explodir a qualquer momento. A ciência demonstra isto há algum tempo.

O homem precisa aprender com seus próprios erros, acreditar na ciência, respeitar a natureza e compreender que precisa viver em harmonia com todas as outras espécies ou será mais uma vez o maior afetado pelo descaso com o meio ambiente.

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Sobre o autor

Dianes G. Marcelino é consultor, engenheiro ambiental e mestre em ecologia de ecótonos pela Universidade Federal do Tocantins. Tem experiência em licenciamento ambiental, geoprocessamento, ecologia, recuperação de áreas degradadas e gestão de resíduos sólidos.