O pato-mergulhão (Mergus octosetaceus) é uma ave endêmica do Brasil e uma das aves aquáticas mais raras e ameaçadas de extinção no mundo. Estima-se que a população atual desta bela ave do Brasil seja de menos 250 indivíduos na natureza, estando distribuídos em subpopulações localizadas nos Estados de Minas Gerais, Goiás e Tocantins, na região conhecida como Jalapão.

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O pato-mergulhão é uma espécie que habita rios de águas límpidas, com corredeiras e matas ciliares em bom estado de conservação. A instalação de uma usina hidrelétrica pode influenciar na qualidade do seu habitat, uma vez que haverá uma alteração na dinâmica hídrica da região, afetando a oferta de alimento e abrigo para os indivíduos remanescentes desta espécie.

Para especialistas em aves, a preocupação pela instalação da Usina Hidrelétrica Monte Santo torna-se maior ainda pelo fato da região do Jalapão abrigar a única população do pato-mergulhão no Tocantins, estimada em cerca de 14 indivíduos. A instalação deste empreendimento provocará alterações de grande magnitude no ecossistema aquático da região, podendo acarretar a extinção da espécie no Tocantins, sendo uma grande perda ornitológica para o Estado.


Sobre a espécie

O pato-mergulhão é uma das 10 aves aquáticas mais raras e ameaçadas do mundo. Registros indicam que a espécie estava distribuída por regiões do Brasil, Argentina e Paraguai, sendo considerada extinta neste último país. No Brasil, além dos Estados de Goiás, Tocantins e Minas Gerais, registros históricos indicam que a ave também ocorria no Estado de São Paulo, Bahia, Paraná, Santa Catarina e Rio de Janeiro, sendo atualmente considerada extinta nestas localidades.

A espécie mede cerca de 54 centímetros de comprimento e sua dieta alimentar é composta basicamente por pequenos peixes, mergulhando para capturar sua presa. Nidifica em troncos de árvores mortas à beira dos rios e se assusta facilmente quando na presença humana. Esta em andamento um plano nacional para a conservação do pato-mergulhão.

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