O pica-pau-do-parnaíba (Celeus obrieni) é uma ave do Brasil símbolo do cerrado brasileiro e que agora acaba de ser registrada na Amazônia brasileira. O registro foi realizado pelos guias de observação de aves Pablo Cerqueira e Filho Manfredini juntamente com Marco Guedes e Emerson Kaseker durante expedição na Floresta Nacional de Carajás – FLONA Carajás, no município de Parauapebas, sudeste do Estado do Pará.

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O pica-pau-do-parnaíba é uma ave considerada ameaçada de extinção pela IUCN e pelo Ministério do Meio Ambiente. Este novo registro da espécie, fora do bioma Cerrado, em uma extensa área bem preservada, acende uma luz para a conservação da espécie. No bioma Cerrado o habitat da espécie tem sido constantemente convertido em áreas de pastagens, principalmente no Estado de Goiás, que detém em torno de 20% de remanescentes da vegetação nativa e o desmatamento continua avançando.

Para Marco Guedes o encontro tornou a passarinhada ainda mais emocionante. “Sem o incrível ouvido do Filho e a rápida reação do Pablo, esse evento não ocorreria. Nós, Emerson e eu, fomos os felizes passarinheiros sendo guiados por eles no momento. Além de ser o primeiro registro para o Estado do Pará, sabemos agora que o pica-pau-do-parnaíba cruza os rios Araguaia e Tocantins”.

De acordo com Pablo, mais detalhes sobre a descoberta do pica-pau-do-parnaíba na Flona Carajás estão sendo preparados em uma nota científica.

Sobre o pica-pau-do-parnaíba

O pica-pau-do-parnaíba é especialista em formigas, seu principal item alimentar, buscando este precioso recurso em hastes de tabocas. Em pesquisas com a espécie no Cerrado descobriu-se que a ave alimenta-se preferencialmente por três espécies de formigas, necessitando de extensas áreas para buscar seu alimento, caracterizadas principalmente pelas formações florestais do cerrado (matas ripárias, cerradão, etc.). 

As populações conhecidas são compostas por poucos indivíduos, que somado a perda de habitat, coloca a espécie em risco extinção, principalmente localmente, onde muitos fragmentos com registros confirmados para a espécie foram convertidos para usos em atividades agropecuárias.