Um dos
maiores problemas da sociedade moderna está relacionado à destinação dos
resíduos orgânicos gerados no seu dia a dia. Você mesmo já deve ter se
perguntado, o que fazer com os meus resíduos orgânicos? Quais alternativas de
tratamento posso utilizar? E quais as vantagens e desvantagens dessas
alternativas de tratamento de resíduos orgânicos?

Diferentes
métodos podem ser empregados no tratamento e destinação dos resíduos orgânicos,
incluindo a vermicompostagem, a incineração, a biodigestão e a compostagem.
Conheça algumas características de cada um desses métodos.
Biodigestão
A biodigestão é um processo anaeróbico, sem oxigênio, de degradação da matéria orgânica realizado em grandes equipamentos chamados biodigestores. O subproduto deste processo é o biogás que pode ser utilizado como fonte de energia e o fertilizante líquido que pode ser empregado na fertilização do solo.
É uma alternativa muito eficiente para tratamento de resíduos orgânicos, entretanto, comparado a outros métodos, é uma tecnologia bastante complexa, necessitando de uma infraestrutura adequada e pessoal técnico especializado para operar de forma segura o biodigestor.
Tem sua aplicação mais voltada para o tratamento de estercos de animais como os de suínos e bovinos. Projetos populares têm promovido à instalação de biodigestores em comunidades rurais para geração de biogás que posteriormente é utilizado nas residências.
Vermicompostagem ou tratamento em minhocários
As minhocas
são excelentes organismos que podem ser empregados na decomposição da matéria
orgânica, promovendo o tratamento dos resíduos orgânicos pelo método denominado
vermicompostagem ou tratamento em minhocários.

Neste sistema deve-se dar
preferência para a utilização de espécies de minhocas que se alimentam de
resíduos frescos, como por exemplo, as minhocas californianas. Durante manejo
do minhocário deve-se atentar para fatores que podem atrapalhar o funcionamento
do sistema, mantendo sempre equilibrado a umidade, calor e os tipos de resíduos
utilizados para sua alimentação. Deve-se evitar o fornecimento em excesso de
restos de carnes, cítricos, alimentos cozidos ou com alto teor de sal.
Incineração
O emprego da
incineração no tratamento de resíduos é realizado através da queima controlada
desses materiais, gerando energia térmica, elétrica e cinzas, promovendo uma
drástica redução no volume e na periculosidade dos resíduos sólidos.
Entretanto,
a destinação de resíduos orgânicos para um incinerador acaba inviabilizando sua
reciclagem e transformação em adubo orgânico, desperdiçando os nutrientes
presentes nesta massa de resíduos e que poderiam ser reempregados como
fertilizantes naturais do solo.
A alta
tecnologia envolvida em uma unidade incineradora torna o processo bastante caro
e complexo, necessitando de equipamentos e pessoal treinado para operar de forma
segura a unidade. Além disso, os gases provenientes de um incinerador são muito
perigosos, necessitando a adoção de medidas ambientais para tratamento desses
gases antes de serem lançados para a atmosfera.
Compostagem
A
compostagem é provavelmente a alternativa mais economicamente e ambientalmente viável para tratamento de resíduos orgânicos. O processo de compostagem é
caracterizado pelo fato da matéria orgânica se degradada de forma controlada
sob condições aeróbias, ou seja, na presença de oxigênio.

A compostagem é um dos métodos mais simples, seguro e barato para
tratamento de resíduos orgânicos. Entretanto, este método precisa ser bem
estudado de forma a evitar problemas com a geração de odores e a proliferação
de vetores e doenças durante a operação do sistema.
Aterramento Sanitário
O aterramento sanitário é realizado nos aterros sanitários, um local dimensionado e construído de acordo com critérios ambientais e mecanismos para proteção da saúde pública e do meio ambiente, tais como, drenagem e tratamento do chorume e gás. O aterro sanitário é a única forma de disposição final de rejeitos legalmente reconhecido pela legislação brasileira através da Lei nº 12.305 de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Entretanto, conforme estabelecido na Lei, os aterros sanitários destinam-se a receber somente rejeitos, e os resíduos orgânicos, de maneira geral, são recicláveis, não devendo ser enviados para disposição final em aterros sanitários. Assim, fica evidente que o aterramento sanitário não é a melhor alternativa para tratamento ou disposição final dos resíduos orgânicos.
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Sobre o autor
Dianes G. Marcelino é consultor, engenheiro ambiental e mestre em ecologia de ecótonos pela Universidade Federal do Tocantins. Tem experiência em licenciamento ambiental, geoprocessamento, ecologia, recuperação de áreas degradadas e gestão de resíduos sólidos.
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