O método
UFSC de compostagem de resíduos orgânicos é um trabalho de pesquisa de mais de
20 anos do professor Paul Richard Momsen Miller, do departamento de Engenharia
Rural da Universidade Federal de Santa Catarina. Consiste na adaptação do
método de compostagem termofílica em leiras estáticas com aeração passiva à
realidade brasileira, de forma a otimizar o processo de transformação da
matéria orgânica em fertilizante natural.

A
compostagem dos resíduos no método UFSC ocorre na fase termofílica, ou seja, a decomposição
microbiológica da matéria orgânica ocorre em um ambiente onde as temperaturas das leiras de compostagem
ficam acima de 45ºC, podendo ter picos que podem ultrapassar 70ºC.
Diferente de
outros métodos de compostagem onde há a necessidade de revolvimento das leiras,
no método UFSC não há necessidade de revolvimento da leira para mistura de
material, homogeneização de temperatura e aeração. Desta forma, o processo
operacional torna-se muito mais simples, não necessitando de pessoal ou
equipamentos para executarem estas atividades.
Outra
importante característica do método esta relacionado a aeração das leiras. Sua aeração é realizada de forma
passiva, ou seja, a aeração é feita por convecção natural, onde o ar quente sai
pelo topo da leira enquanto que o ar frio é sugado pela sua base permeável.
Observa-se
então que, no método UFSC de compostagem de resíduos orgânicos, a arquitetura da
leira deve ser bem estudada, uma vez que ela que garantirá a aeração adequada
para o processo de decomposição da matéria orgânica. Suas dimensões variarão
com a disponibilidade de espaço, mas de forma geral, sua largura não deve
ultrapassar 2 metros ou a entrada de ar no interior da leira estará comprometida.
Construindo a leira de compostagem
A construção
da leira de compostagem deve ser iniciada com a formação das paredes, sendo utilizado material
palhoso para sua confecção. Na base deve ser adicionado galhos, folhas de
palmeiras ou outro material que permita a fácil entrada de ar pela base. Sobre a base deve ser adicionadas folhas, serragem ou outro material
reduzido de podas e um pouco de algum composto pronto para acelerar o início do
processo de compostagem. Somente após estas etapas é que se adiciona os
resíduos orgânicos úmidos, tais como carnes, cascas de frutas e verduras,
restos de comida, etc.

A leira deve
permanecer fechada por um período mínimo de 48 horas, quando então poderá ser
feita a adição de novos resíduos orgânicos, repetindo os últimos passos
anteriormente apresentados.
Como pode
ser visto, o método de compostagem UFSC é muito fácil de ser replicado. Então,
vamos lá cuidar dos nossos resíduos?
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Sobre o autor
Dianes G. Marcelino é consultor, engenheiro ambiental e mestre em ecologia de ecótonos pela Universidade Federal do Tocantins. Tem experiência em licenciamento ambiental, geoprocessamento, ecologia, recuperação de áreas degradadas e gestão de resíduos sólidos.
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