Os cães
são excelentes animais de estimação, mas fora do seu “ambiente
natural” trazem grandes impactos sobre a fauna selvagem, podendo levar inúmeras
espécies de animais à extinção. Esta constatação acaba de ser evidenciada em um
recente trabalho científico publicado na revista Biological Conservation e
contou com a participação de pesquisadores de institutos e universidades da
Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos, Índia e África do Sul.

Segundo os
pesquisadores, as regiões com mais espécies de animais silvestres impactadas
pela ação de cães são o sudeste da Ásia, Caribe e América Central, América do
Sul, podendo cada uma destas regiões concentrar até 30 espécies impactadas
negativamente pela ação de cães, Ásia (exceto sudeste), regiões da Polinésia e
Austrália até 25 espécies de animais de alguma forma sofrerem interferência canina.
Das 188
espécies identificadas, 30 estão classificadas como criticamente ameaçadas de extinção (com 2 possivelmente extinta), 71 em perigo de extinção e 87 com o status de
vulnerável. O impacto mais frequente dos cães sobre a fauna está relacionado à
predação, representando cerca de 78,9% das espécies, seguido por distúrbios
(7,0%), transmissão de doenças (4,5%), competição (1,5%) e hibridização (1,0%).
Os autores
sugerem que os dados apresentados são conservadores, podendo o número de
espécies afetadas por cães ser muito maior do que os apresentados, uma vez que
muitos estudos não incluem ou relatam os efeitos da ação de cães sobre a fauna silvestre.
De fato, nas
redes sociais brasileiras, diferentes especialistas da área conservacionista
concordam com a conclusão dos autores, relatando, por exemplo, a ação de cães sobre
espécies brasileiras ameaçadas de extinção, como a predação de ovos do
pato-mergulhão (Mergus Octocetaceus) na região de Patrocínio/MG, e mutum-do-sudeste (Crax blumenbachii), na Reserva Ecológica de Guapiaçu/RJ, e que
provavelmente não está na literatura científica.
Os autores enfatizam a necessidade de implantação de ações visando minimizar o problema, uma vez que a população de cães domésticos irá expandir numericamente e geograficamente nas próximas décadas, colocando em risco a sobrevivência de muitas outras espécies de animais silvestres em várias partes do mundo.
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