Calma, ao contrário do que você está pensando, cobras não tem piolho. O animal que popularmente conhecemos como piolho-de-cobra ou embuá, gongolos, maria-café é um diplópode, ou seja, é um animal que possui seus segmentos do corpo fundidos em pares denominados de diplossegmentos, sendo composto por pares de pernas em cada um desses segmentos. Existem cerca de 12.000 espécies conhecidas de diplópodes.

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Em unidades de compostagens de resíduos orgânicos os piolhos-de-cobra estão sempre presentes, auxiliando de forma eficaz na transformação dos resíduos em adubo orgânico. Sua presença é melhor percebida na fase final da compostagem, onde dá-se início o processo de maturação do composto orgânico, podendo ser encontrado uma grande quantidade de embuás trabalhando nas pilhas de compostagem (Vídeo abaixo).

A reprodução do piolho-de-cobra é realizada através da transferência do espermatóforo do macho pelo solo ou gonópodes das fêmeas, localizado na base das coxas do segundo par de pernas do animal.

O piolho-de-cobra é inofensivo, não possuindo ferrão ou glândula venenosa. Quando sente-se ameaçado o animal se enrola no formato de círculo e libera uma substância com cheiro desagradável contendo iodo e cianeto que podem manchar a pele em caso de contato com a substância. O controle da infestação do animal no quintal e jardins pode ser realizado com a redução da umidade e remoção do material orgânico desses locais.

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Sobre o autor

Dianes G. Marcelino é engenheiro ambiental e mestre em ecologia de ecótonos pela Universidade Federal do Tocantins. Tem experiência em licenciamento ambiental, geoprocessamento, ecologia, recuperação de áreas degradadas e gestão de resíduos sólidos.