Parauapebas, no sudeste do Pará, é uma das cidades mais ricas do Estado. Todos os meses milhões de reais em royalties provenientes da atividade de mineração engordam os cofres públicos do município. Entretanto um problema crônico assola a cidade, a precariedade do saneamento básico faz com que diversas ruas do município tenha esgoto escoando a céu aberto, gerando inúmeros transtornos e impactos ambientais.

Saneamento, esgoto, Parauapebas, Pará, ruas, impactos ambientais, falta de saneamento, saneamento básico, prefeitura de Parauapebas, saúde, tratamento de esgotoO problema afeta praticamente todos os bairros da cidade. De acordo com dados do Ministério das Cidades, do ano de 2014, apenas 11,4% da população do município de Parauapebas possui sistema de coleta e tratamento de esgoto. O restante escoa pelas ruas ou são destinados de forma clandestina na rede de drenagem pluvial. Em todos os casos, o destino final são os corpos d’água que cortam a cidade, ocasionando poluição ambiental em praticamente todos eles.

Além dos impactos ambientais relacionados à poluição, o esgoto a céu aberto provoca impacto visual, faz com que as ruas apresentem mau cheiro, inibindo a presença de pessoas em alguns estabelecimentos comerciais, sendo ainda uma fonte de transmissão de inúmeras doenças.

Observa-se que o porte e o número de estações de tratamento de esgoto esta muito abaixo do quantitativo ideal para atender uma cidade de mais de 150 mil habitantes. Diferentes prefeitos já passaram pela prefeitura da cidade, entretanto, nenhum deles tratou com a devida seriedade o problema da falta de saneamento em Parauapebas.

Vale lembrar que a falta de saneamento é um problema grave que afeta inúmeras cidades brasileiras. Mas no caso de Parauapebas já passou da hora de ser resolvido, uma vez que a obtenção de recursos nunca foi problema para o município. Só em royalties das atividades de mineração, até agosto deste ano, o município já arrecadou mais de 175 milhões de reais, demonstrando que ao longo da história de Parauapebas tem faltado competência, comprometimento com o dinheiro público e responsabilidade dos gestores para tratar este assunto.

A atual gestão divulgou no mês de janeiro deste ano uma iniciativa de parceria com Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID visando a formalização de um convênio de saneamento básico com investimentos estimados em cerca de 140 milhões de dólares, entretanto, até o momento não se tem mais notícias sobre o andamento desta parceria. A única certeza é que o problema continua e somente o meio ambiente e a sociedade é quem sai perdendo com esta situação.

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Sobre o autor

Dianes G. Marcelino é engenheiro ambiental e mestre em ecologia de ecótonos pela Universidade Federal do Tocantins. Tem experiência em licenciamento ambiental, geoprocessamento, ecologia, recuperação de áreas degradadas e gestão de resíduos sólidos.