O cerrado apresenta uma
rica biodiversidade quando o assunto é aves do Brasil. Diversas regiões do bioma possuem espécies que são um atrativo
turístico para a prática de observação
de aves, conhecida entre os praticantes como birdwatching. Nesta postagem você vai conhecer 5 aves do cerrado que você precisa conhecer ao passar pelas
paisagens deste belo bioma brasileiro durante turismo de observação.
Campainha-azul – Porphyrospiza caerulescens
A campainha-azul – Porphyrospiza caerulescens é uma das aves brasileiras que se destaca no cerrado devido a sua coloração azul. Além de sua bela coloração, a campainha-azul também apresenta um canto harmonioso, dando um espetáculo aos observadores de aves. Em muitas regiões do Brasil a espécie ainda é conhecida popularmente como azulão-de-cerrado e azulinho-de-bico-de-ouro.

A alimentação da campainha-azul basicamente é composta por sementes e pequenos insetos que captura quando está caçando no chão, podendo captura-los até mesmo quando estão em pleno voo. Prefere caçar sozinho e quase não se junta a outros papa-capins quando está se alimentando. A perda de habitat ocasionada pela conversão do cerrado em áreas agropecuárias tem colocado a espécie com o status próximo de ser considerada ameaçada de extinção.
Tapaculo-de-colarinho
– Melanopareia torquata
O tapaculo-de-colarinho – Melanopareia torquata é uma ave
endêmica do cerrado sendo também conhecida popularmente como meia-lua-do-cerrado. Pode ser
encontrado em ambientes de campo cerrado e campo sujo em diferentes regiões do
Piauí, Mato Grosso, Goiás, Maranhão,
Tocantins, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Bahia, Minas Gerais, São Paulo e sul do Pará.

Quase sempre
permanece escondido em meio a capinzais ou moitas de arbustos, mas com a
utilização de playback responde ao
chamado, aparecendo para que possa ser melhor observado. Todavia é uma ave
bastante inquieta o que pode proporcionar alguma dificuldade para fotografá-la.
Busca
seu alimento no solo, sendo sua dieta alimentar
baseada principalmente em pequenos insetos. Durante a prática de observação de aves (birdwatching) é um dos pássaros do cerrado que sempre
espera-se estar presente na lista de observação e registros fotográficos dos amantes das aves.
Pica-pau-do-parnaíba – Celeus obrieni
O Pica-pau-do-parnaíba – Celeus obrieni é uma das aves
marcantes do cerrado brasileiro e está risco
de extinção. Descoberta em 1926 por Emil Kampfaer, ás margens do Rio
Parnaíba, em Uruçui/PI, permaneceu desparecida por 80 anos, chegando a ser
considerada uma espécie extinta.
Entretanto, foi redescoberta em 2006 em Goiatins/TO
pelo biólogo Advaldo Dias do Prado. A espécie tem registros conhecidos para
diferentes localidades no Tocantins,
Maranhão, Goiás, Mato Grosso e mais recentemente foi descoberto na Floresta Nacional de Carajás, em
Parauapebas, no Pará.
Quanto às características do habitat
do pica-pau-do-parnaíba as pesquisas e observações
de campo demonstram que a cada ano o desmatamento
tem suprimido importantes áreas com registros para a espécie. Fragmentos de
algumas localidades onde a ave foi encontrada praticamente já
desapareceram, dando lugar a atividades
agropecuárias.
É uma ave magnífica para ser observada e não pode ficar de fora das atividades de observação aves do cerrado. Recentemente, pesquisadores sugeriram a troca do nome popular
da espécie de pica-pau-do-parnaíba para pica-pau-da-taboca,
em referência às características do habitat preferencial onde a ave é
encontrada.
Tiriba-de-pfrimer – Pyrrhura
pfrimeri
A tiriba-de-pfrimer – Pyrrhura pfrimeri é uma ave endêmica
das matas secas da bacia do Rio Paranã,
região localizada entre as divisas do extremo sudeste do Tocantins e nordeste
do Goiás. Este endemismo faz com que
está ave seja encontrada exclusivamente nesta região, não sendo encontrada em
nenhuma outra parte do mundo. Nas localidades com registro para a espécie a
tiriba-de-pfrimer é conhecida popularmente como ciganinha, barreirinha, chiriri e periquito-do-morro.

Esta especificidade ecológica, de habitat e o constante desmatamento das áreas de matas secas
fizeram com que esta bela ave do Brasil
fosse enquadrada como ameaçada de
extinção. Além desses fatores, os incêndios florestais e o tráfico de animais também têm contribuído
para a redução populacional da tiriba-de-pfrimer.
Recentemente, pesquisadores sugeriram a troca do nome popular da espécie
de tiriba-de-pfrimer para tiriba-do-paranã,
em referência a região onde a ave é encontrada, proporcionando uma maior
valoração para o local de ocorrência da ave.
Além disso, entrevistas com moradores
locais demonstraram que o atual nome popular apresenta certa rejeição pelos
moradores devido à dificuldade de pronunciar a palavra “pfrimer”.
Chororó-de-goiás – Cercomacra ferdinandi
O chororó-de-goiás – Cercomacra ferdinandi é um pássaro endêmico do Brasil sendo encontrado exclusivamente em habitats dos
córregos e rios que formam a bacia do
Rio Araguaia e Rio Tocantins nos estados de Mato Grosso, Goiás, Pará e
Maranhão.

O chororó-de-goiás é considerado uma
espécie ameaçada de extinção,
estando enquadrada a nível nacional e global como “vulnerável”. Dentre os fatores que colocam em risco de extinção as populações desta ave do Brasil estão o desmatamento para implantação de atividades agropecuárias,
sua distribuição restrita e linear (seguindo os cursos d’água), a extração de
madeira e a implantação de projetos
hidrelétricos que degradam e destroem os habitats da espécie.
Guias de campo para identificação de aves
Essa espécie e muitas outras você pode encontrar em diversos guias de campo para identificação de aves. Eles englobam espécies a nível de Brasil ou por regiões e biomas. A nível de Brasil, destaca-se o "Guia completo para identificação de aves do Brasil - volume 2" e "Aves do Brasil Oriental - guia de bolso". De modo regionalizado, apresentando as espécies de aves com ocorrência em cada bioma ou região do país, destacam-se os guias de campo "Aves do Brasil: Mata Atlântica do sudeste" e "Birds of Brazil: the Pantanal e Cerrado of Central Brazil".
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